segunda-feira, 29 de abril de 2019

CARTAS DE AMOR, À MODA ANTIGA - LÍDIA MOURA

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Meu querido,
espero que esta carta vá encontrar-te de boa saúde.
- Eu aqui, com o trabalho do campo. Enquanto espero o teu regresso. Árduo o teu trabalho de escrita em prol dos outros...
As vindimas quase feitas e as ramadas desfeitas, dizem que as noites serão do Outono. E o vinho na adega, quer ser rubi, parece ser ano de boa colheita...
Esta madrugada acordei, com saudades Tuas.
Por companhia, tive um pardal no parapeito. Acendi a luz da candeia para alumiar a brancura do papel. Enquanto Te escrevia o “Pissarito” cantarolava, querendo anunciar a alvorada.
Do milho, também já se fez a colheita. Estendido na eira, é manjar para os pardais que pernoitam nos beirais...
Meu Amor, por hoje, fico-me por aqui, o dia já nasceu, as “[lindas caseiras]” chamam por mim.
Levar-Te-ei no meu peito
e deixo-Te um beijo de amor.
Lídia Soares de Moura
[ Lousada, 9 Outubro 2018 às 07:16 ]
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A cinco de Outubro,
... por ‘entre(as)linhas’ , fui-te conhecendo...mas fora a cinco de Outubro que meus olhos adornaram os teus, primeiro eu depois tu... nesse teu sorriso de Homem menino, declamavas um poema que te era familiar... não fosses Tu filho do Poeta, que nasceste no verde campo perto do rio... por coincidência ambos têm o mesmo nome... Tu e o Rio. Mesmo assim, és mais Mar, não fossem teus olhos, também azuis... outrora verdes, iluminados pelo Sol.
Estávamos em [‘boa vista’], a sala era pequena, para tanta afluência em homenagem ao ilustre Poeta.
A relativa distância e no silêncio do olhar, por entre envergonhados e fugazes sorrisos, pedíamos um beijo seguido de um ‘Olá, boa noite!’ e um abraço, para selar o nosso primeiro encontro... e fora o Poeta! Sim, o Poeta, que também tinha nome de [ ‘ pessoa’ ] que nos haveria de apresentar, “Por todas razões e mais uma.”

EM - MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL (PROSA E CONTOS) - ANTOLOGIA - IN-FINITA

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