LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO PELA AUTORA
Podem conhecer a autora neste link
Dois seres que se
cruzam no acaso do destino e se complementam, pelo menos a espaços, movidos por
ânsias de mudança e pelo amor que sempre sonharam. Duas histórias particulares que,
apesar das diferentes vivências, os aproximam.
Um homem, longe de casa,
tenta reencontrar-se e procura, no exotismo de outro continente, colmatar as
carências que sente. Mas tocado pela dúvida deixa-se reprimir pela razão que a
idade lhe concede. Uma mulher tenta refazer-se, após ter sido tocada pela
tragédia mais dilacerante que qualquer ser humano consegue suportar, e assim
retomar os trilhos da vida que acredita merecer.
Ele encanta-se pela
beleza, jovialidade e o modo extrovertido dela. Ela apaixona-se pelo charme,
elegância e a atenção que ele lhe devota. Ambos deixam-se enredar pelo apelo da
carne e limitam-se a viver apenas os momentos de intimidade que partilham. Quando
juntos, o mundo parece reduzir-se a eles. Nada mais existe. Eles são tudo o que
respira e vive.
No entanto, nele existe
uma tremenda luta interior entre a descrença nos sentimentos e a possibilidade
de finalmente ser feliz. Por mais que queira cortar as amarras que o prendem,
há sempre algo que o faz recuar.
Nela sobressai a
necessidade de um ombro que a conforte, ampare e ajude a olvidar o sofrimento
do passado. Ela acredita ter encontrado nele o porto de abrigo que procurava.
Pouco a pouco, nem
sempre de forma intencional, cada um deles vai dando sinais dos seus fantasmas.
Ela fala abertamente sobre o que sente, ele revela acidentalmente o que o atormenta.
Ela tenta superar as diferenças entregando-se cada vez mais. Ele tenta
reprimir-se e usa qualquer pretexto para que a relação fique estanque. Ambos
querem um futuro diferente mas... enquanto ela faz acontecer, ele insiste em
deixar a razão do medo sobrepor-se ao desejo da felicidade.
Ela afasta-se mas
conserva a esperança de manter o relacionamento porque o ama sem reticências e,
cada vez mais, acredita que o destino é ficarem juntos. Ele nega interesse para
lá do platónico mas sofre com a ausência dela. Ele vai atrás dela. Ela recebe-o
de braços abertos. Ela quer. Ele nega querer. Ela insiste e ele, apesar das
evidências e dos sintomas, persiste na negação. Contudo, existirá sempre o
banco amarelo do Arpoador a uni-los.
O vento, o mar, os
cheiros, os sabores, as cores e a luz do Rio de Janeiro. Tudo isto faz parte do
cenário tropical que a autora, Deborah Almeida, usou para criar o enredo desta
história de amor, que pode ter muitos finais. Entre encontros e desencontros,
ela teceu e entrelaçou as vidas dos dois personagens, de modo tão natural que,
até as atitudes, porventura, mais insensatas e pitorescas nos parecem
verosímeis. Para tal desiderato, talvez não seja estranho o facto do personagem
masculino, um anglo-saxónico, ser também o narrador: isto é, a história que nos
é contada, neste livro, é a versão dele. Ficamos a saber as suas percepções
sobre os episódios vividos enquanto casal que quer ser mas, por vontade dele,
ou por força das suas incertezas, dificilmente será. Ficamos a conhecer as
qualidades e defeitos que ele vê nela, e do inverso apenas as suposições dele.
Assim, ao lermos cada linha, somos acometidos pela curiosidade de saber se a
versão dela seria a mesma.
Seja como for, e em
resumo, este O BANCO AMARELO DO ARPOADOR - uma breve história de amor, tem 84 páginas, divididas em 28
capítulos, que se lêem num fôlego e faz-nos desejar que a autora, um dia, nos
brinde com outro romance da mesma história mas com a narração a ser feita pela
personagem feminina. Fica o desafio apenas porque fiquei curioso...
Recomendo, sem
reservas, este livro de Deborah Almeida
Breve biografia da autora:
Deborah Almeida (1961) nasceu em Porto Alegre. É bacharel em Direito e aficionada pela leitura e a escrita. A aposentadoria em 2015 alavancou o início à carreira literária, escrevendo contos, crônicas e romances.
Os interessados podem adquirir o livro através deste link
MANU DIXIT
Sem comentários:
Enviar um comentário
Toca a falar disso