Os caminhos
conduzem não só os nossos passos, mas daqueles que precisam fazer parte da
nossa história, e foi por um desses caminhos que encontrei e depois reencontrei
Patrícia Porto. O primeiro olhar foi de admiração pelo gigantismo dessa Pequena
Grande Mulher, ao falar e apresentar, na época, o seu mais recente livro Diário
De Viagem Para Espantalhos E Andarilhos: Poemas E Notas De Sobrevivência.
Depois, veio a curiosidade em conhecer um pouco mais da escritora, poeta,
professora e, como afetos e afinidades não se explicam, fomos ficando
confortavelmente uma na vida da outra, seguindo nossos passos e caminhos em
paralelo, mas sempre interligadas, de uma maneira ou de outra. Falar de
Patricia para mim é fácil, pois a imensidão que traz na alma e na mente sempre
em ebulição daria para escrever todos os dias sobre suas produções, movimentos,
lutas e vivências. Mas isso deixo para outro momento, quem sabe, tomo coragem e
dedico-me a essa ideia que passou como relâmpago por aqui agora.
Hoje quero
apenas registrar um pouco da Patrícia Porto, que estará entre nós, em Lisboa,
dia 26 de janeiro lançando o seu mais recente livro MEMÓRIA É UM PEIXE FORA D'ÁGUA, pela
editora Penalux. Ainda com os rastros adocicados que o sucesso do livro de
poesias CABEÇA DE ANTÍGONA, na segunda edição, deixou nesse caminhar. E temos que celebrar um ano de uma parceria
que tem dado muito certo, com a assessoria literária da In-Finita em Lisboa.
Poderia fazer
mais uma entrevista com a autora, mas achei melhor pegar alguns fragmentos de
sua biografia e apresentá-la assim, de uma forma mais didática e menos
informal.
Patrícia de Cássia Pereira Porto, Professora e
Pesquisadora no/do Ensino Fundamental (EJA). Escritora, poeta e cronista.
Rio de Janeiro.
Doutora em
Educação pela UFF no ano de 2009 com a tese: “Narrativas memorialísticas: Por
uma arte docente na escolarização da literatura” (publicada em 2010).
Atualmente tenho como tema de pesquisa e trabalho pensar uma didática que possa
trazer em si a ação de reinventar as experiências cotidianas da sala de aula,
retirando delas determinados costumes que de tão naturalizados nos levavam ao
não-questionamento e a não-curiosidade em relação ao nosso próprio fazer. A
narrativa neste caso foi tratada como reinvenção de si na composição da
história narrada na História humana, propondo assim a recuperação da memória
singular e coletiva como possibilidade de transformação do ser e do fazer em
sala de aula. O desafio de pensar a leitura e a literatura na escola surgiu
então balizado pelo desafio de compreender como os professores na relação com o
seu metapoeisis vivenciavam suas práticas e as tantas linguagens que delas
provinham, linguagens que diziam e dizem de perto aos fluxos memorialísticos
das palavras e imagens que compõem o que eles chamavam real juntamente com o
que reinventam ou re-significam feito lembrança do vivido. Nesse sentido, me
importava e importa problematizar metodologias existentes e pensar numa perspectiva
pedagógica lúdica a favor da ousadia e da concretização de uma escolarização
encarnada, sensível, atrativa e experimental – sem perder o rigor, a
curiosidade e o desejo de mudança.
Estive na
idealização, coordenação, implementação e execução dos projetos “Oficina de
Leitura /Produção Textual”, "Ensinar português para quem FALA
português" e também na execução do projeto “Reintegração” (PMSG), voltados
para crianças das séries iniciais.
Hoje desenvolvo o Projeto LER pra VER e VER pra LER, voltado para alunos do EJA.
Hoje desenvolvo o Projeto LER pra VER e VER pra LER, voltado para alunos do EJA.
Patrícia possui
um poço infinito de águas claras e profundas de saber, conhecimento, arte,
talento e vivência, e o que mais admiro é a simplicidade, a humildade, a alegria
e sua forma de ser e estar, sempre atenta, contribuindo de uma forma ou de
outra para um engrandecimento pessoal e cultural de quem cruza o seu caminho. E
toda a minha gratidão por fazer parte dessa caminhada.
Indicada pela UFF ao Prêmio Capes de Melhor Tese do
Ano (em 2009) pelo livro Narrativas Memorialísticas: Por uma Arte Docente na
Escolarização da Literatura. Graduada em Letras (Português e Literaturas) pela
Universidade Federal Fluminense, pós-graduada em Alfabetização de Crianças das
Classes Populares, mestre em Educação no Campo de Confluência de Estudos do
Cotidiano e da Educação Popular (com a dissertação O Livro: Literatura entre as
tramas da linguagem, memória e narrativa) e doutora em Políticas Públicas e
Educação. Durante o mestrado e o doutorado foi bolsista da Capes e do CNPq.
Integrou os grupos de pesquisa Linguagens, Leituras e tecnologias na escola, na
UERJ e Política de Formação de Professores: Cultura, Memória, Narrativa e
Imaginário, na UFF. Publicou vários artigos acadêmicos em periódicos no Brasil
e no exterior, além de capítulos de livros. Lecionou, ainda, nas universidades UFRJ,
UFRRJ, UERJ e Uniabeu, na área de Educação e Letras. Publicou quatro livros,
sendo três de poesia (Sobre Pétalas e Preces, Diário de Viagem e Cabeça de
Antígona) e um acadêmico, que teve como base a tese de doutorado. Foi
Coordenadora e Professora-Pesquisadora do NUEC UFF, no Curso de Especialização
em Educação de Jovens e Adultos na Diversidade e Inclusão Social, sendo a
responsável pelo módulo de orientação de TCC. Possui mais de 23 anos de
experiência como docente, tendo lecionado para alunos de todas as faixas
etárias, desde a educação infantil até a pós-graduação. Durante este período
criou e coordenou vários cursos, oficinas e eventos que buscavam despertar o
interesse pela leitura nas crianças. Mantém o blog Literamargens, dedicado à
literatura e temas afins. Pertence ao Corpo Editorial da Revista Uniabeu.
Atualmente é pesquisadora e colaboradora na ANF atua como pesquisadora no
Projeto Portinari, PUC, e integra o coletivo Mulherio das Letras.
Com toda a minha
admiração, recomendo: leiam e conheçam Patrícia Porto.
DRIKKA INQUIT
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