segunda-feira, 26 de novembro de 2018

ADRIANA FALA DE... PATRÍCIA PORTO


Os caminhos conduzem não só os nossos passos, mas daqueles que precisam fazer parte da nossa história, e foi por um desses caminhos que encontrei e depois reencontrei Patrícia Porto. O primeiro olhar foi de admiração pelo gigantismo dessa Pequena Grande Mulher, ao falar e apresentar, na época, o seu mais recente livro Diário De Viagem Para Espantalhos E Andarilhos: Poemas E Notas De Sobrevivência. Depois, veio a curiosidade em conhecer um pouco mais da escritora, poeta, professora e, como afetos e afinidades não se explicam, fomos ficando confortavelmente uma na vida da outra, seguindo nossos passos e caminhos em paralelo, mas sempre interligadas, de uma maneira ou de outra. Falar de Patricia para mim é fácil, pois a imensidão que traz na alma e na mente sempre em ebulição daria para escrever todos os dias sobre suas produções, movimentos, lutas e vivências. Mas isso deixo para outro momento, quem sabe, tomo coragem e dedico-me a essa ideia que passou como relâmpago por aqui agora.

Hoje quero apenas registrar um pouco da Patrícia Porto, que estará entre nós, em Lisboa, dia 26 de janeiro lançando o seu mais recente livro  MEMÓRIA É UM PEIXE FORA D'ÁGUA, pela editora Penalux. Ainda com os rastros adocicados que o sucesso do livro de poesias CABEÇA DE ANTÍGONA, na segunda edição, deixou nesse caminhar.  E temos que celebrar um ano de uma parceria que tem dado muito certo, com a assessoria literária da In-Finita em Lisboa.

Poderia fazer mais uma entrevista com a autora, mas achei melhor pegar alguns fragmentos de sua biografia e apresentá-la assim, de uma forma mais didática e menos informal.

Patrícia de Cássia Pereira Porto, Professora e Pesquisadora no/do Ensino Fundamental (EJA). Escritora, poeta e cronista.
Rio de Janeiro.
Doutora em Educação pela UFF no ano de 2009 com a tese: “Narrativas memorialísticas: Por uma arte docente na escolarização da literatura” (publicada em 2010). Atualmente tenho como tema de pesquisa e trabalho pensar uma didática que possa trazer em si a ação de reinventar as experiências cotidianas da sala de aula, retirando delas determinados costumes que de tão naturalizados nos levavam ao não-questionamento e a não-curiosidade em relação ao nosso próprio fazer. A narrativa neste caso foi tratada como reinvenção de si na composição da história narrada na História humana, propondo assim a recuperação da memória singular e coletiva como possibilidade de transformação do ser e do fazer em sala de aula. O desafio de pensar a leitura e a literatura na escola surgiu então balizado pelo desafio de compreender como os professores na relação com o seu metapoeisis vivenciavam suas práticas e as tantas linguagens que delas provinham, linguagens que diziam e dizem de perto aos fluxos memorialísticos das palavras e imagens que compõem o que eles chamavam real juntamente com o que reinventam ou re-significam feito lembrança do vivido. Nesse sentido, me importava e importa problematizar metodologias existentes e pensar numa perspectiva pedagógica lúdica a favor da ousadia e da concretização de uma escolarização encarnada, sensível, atrativa e experimental – sem perder o rigor, a curiosidade e o desejo de mudança.
Estive na idealização, coordenação, implementação e execução dos projetos “Oficina de Leitura /Produção Textual”, "Ensinar português para quem FALA português" e também na execução do projeto “Reintegração” (PMSG), voltados para crianças das séries iniciais.
Hoje desenvolvo o Projeto LER pra VER e VER pra LER, voltado para alunos do EJA
.

Patrícia possui um poço infinito de águas claras e profundas de saber, conhecimento, arte, talento e vivência, e o que mais admiro é a simplicidade, a humildade, a alegria e sua forma de ser e estar, sempre atenta, contribuindo de uma forma ou de outra para um engrandecimento pessoal e cultural de quem cruza o seu caminho. E toda a minha gratidão por fazer parte dessa caminhada.

Indicada pela UFF ao Prêmio Capes de Melhor Tese do Ano (em 2009) pelo livro Narrativas Memorialísticas: Por uma Arte Docente na Escolarização da Literatura. Graduada em Letras (Português e Literaturas) pela Universidade Federal Fluminense, pós-graduada em Alfabetização de Crianças das Classes Populares, mestre em Educação no Campo de Confluência de Estudos do Cotidiano e da Educação Popular (com a dissertação O Livro: Literatura entre as tramas da linguagem, memória e narrativa) e doutora em Políticas Públicas e Educação. Durante o mestrado e o doutorado foi bolsista da Capes e do CNPq. Integrou os grupos de pesquisa Linguagens, Leituras e tecnologias na escola, na UERJ e Política de Formação de Professores: Cultura, Memória, Narrativa e Imaginário, na UFF. Publicou vários artigos acadêmicos em periódicos no Brasil e no exterior, além de capítulos de livros. Lecionou, ainda, nas universidades UFRJ, UFRRJ, UERJ e Uniabeu, na área de Educação e Letras. Publicou quatro livros, sendo três de poesia (Sobre Pétalas e Preces, Diário de Viagem e Cabeça de Antígona) e um acadêmico, que teve como base a tese de doutorado. Foi Coordenadora e Professora-Pesquisadora do NUEC UFF, no Curso de Especialização em Educação de Jovens e Adultos na Diversidade e Inclusão Social, sendo a responsável pelo módulo de orientação de TCC. Possui mais de 23 anos de experiência como docente, tendo lecionado para alunos de todas as faixas etárias, desde a educação infantil até a pós-graduação. Durante este período criou e coordenou vários cursos, oficinas e eventos que buscavam despertar o interesse pela leitura nas crianças. Mantém o blog Literamargens, dedicado à literatura e temas afins. Pertence ao Corpo Editorial da Revista Uniabeu. Atualmente é pesquisadora e colaboradora na ANF atua como pesquisadora no Projeto Portinari, PUC, e integra o coletivo Mulherio das Letras.

Com toda a minha admiração, recomendo: leiam e conheçam Patrícia Porto.

DRIKKA INQUIT

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