sábado, 10 de novembro de 2018

DEZ PERGUNTAS A... ANGÉLICA COSTA

Agradecemos à autora ANGÉLICA COSTA a disponibilidade em responder ao nosso questionário

1 - Como se define enquanto autora e pessoa?

Por infindos momentos busco definir-me. Afinal, quem sou? Quem sabe Versos Íntimos de  Augusto? Sinto por vezes que sou eu mesma... E outras vezes não sei quem sou. Seria eu Acadêmica, Poetisa, Autora ou  apenas protagonista da própria história. Não sei... Jamais saberei! Precisaria de Chico Xavier para me explicar o que trago de outras vidas para pelo menos, supor!

2 - Quais as influências do Nordeste na sua escrita?

Uma variação, desde o Interland do Nordeste brasileiro, a sua gente, suas paixões, amor destructional, a evolução. E carrego desde meados do século XIX uma bagagem genética através da verve poética, sou descendente da família de Agostinho Nunes da Costa, agricultores, pequenos proprietários de terra, homens letrados e amantes da poesia. O primeiro folheto de cordel brasileiro foi escrito por Agostinho Nunes da Costa que foi fundador e primeiro prefeito da cidade deTeixeira - PB, que era parente de Antônio Ferreira da Costa patriarca do Distrito do Pindurão do Costa - Camalaú - PB.
Agostinho Nunes da Costa, foi pai dos dos maiores repentistas da época, Nicandro e Ugolino que eram grandes improvisadores de versos e tiveram a feliz ideia de cantaremao som de uma viola.
Descenderam de Agostinho Nunes da Costa mais de cem cantadores que contribuíram muito como grandes interpretes dos que não são poetas. E surjo eu, ANGÉLICA COSTA filha de Manoel Araújo da Costa, parente de Antonio Ferreira da Costa e Agostinho Nunes da Costa com esse DOM da poética de geração em geração carregando nas veias a genética familiar e a responsabilidade de dar continuidade a nossa literatura.

3 - O que lhe motiva a escrever? E porquê a poesia?

Levar ao mundo a importância da literatura e deixar meu legado para gerações futuras.
A poesia é um outro EU e foi nessa generosidade tão necessária do dar e receber que o EU se torna um NÓS

4 - Que barreiras existem no seu percurso como autora?

“N" barreiras, a primeira delas é a questão de gênero na literatura, sou mulher, plebeia, e sei  que a minha escrita é indicada quatro vezes menos do que a dos homens, não por ter uma escrita inferior mas pelo simples fato de  ser mulher.
Temos a Lei ROUANET 8.313 do dia 23 de dezembro de 1991, que na prática não funciona, o olhar do Estado que não existe. Afinal, poesia é conhecimento e os governantes ainda querem o povo na senzala, ovacionando a casa grande.

5 - Que impacto têm as redes sociais no seu percurso?

Um impacto de grande relevância, para que eu possa apresentar trabalhos em fração de segundos, com um leque  vasto de possibilidades de divulgação, vendas e parcerias.

6 - Quais os pontos positivos e negativos do universo da escrita?

Positivos: A troca de experiências, ser recomendada pelo leitor, a crítica, se deparar com alguém lendo ou comprando meu trabalho, a liberdade de criar, voar nas asas da imaginação, é muito gratificante, vivificante, cheio de candura.
Negativos: Não pesquisar, não estudar, desrespeitar o trabalho do colega de profissão, não está aberto para a troca de conhecimentos, tudo isso contribui para o fracasso profissional, o ponto mais negativo de todos considero a falta de humildade.

7 - O que acredita ser essencial na divulgação de um autor?

Um trabalho que toque a sensibilidade do seu público e uma divulgação na mídia com isenção e credibilidade

8 - O que tem feito, enquanto autora, para o enriquecimento da literatura nordestina?

Bebendo a fonte do conhecimento, através da formação Acadêmica, das pesquisas, da cultura, do bate papo com os amantes da poesia, sejam eles leigos, auto didatas, grandes especialistas nos assuntos, todos têm o que me transmitir em conhecimentos para meu crescimento, poético e pessoal e em contra partida oferecer um pouco do meu conhecimento.

9 - Sugira um autor e um livro do Nordeste!

Patativa do Assaré, Obra: CANTA LÁ QUE EU CANTO CÁ

10 - Qual a pergunta que gostaria que lhe fizessem? E como responderia?

Atualmente, cada vez mais é difícil publicar um livro, principalmente devido aos motivos financeiros. Qual foi a vossa maior dificuldade na publicação dos mesmos?
Encontrar parcerias com editoras que publiquem a (Obra Solo). Entendo ser um desafio para as mesmas, porém se for analisado por uma equipe competente e eu apresente um trabalho de grande relevância, analisando o público alvo a ser atingido, formaremos uma parceria imbatível a editora, eu enquanto autora, e o leitor.
Assim sendo:

"O que é já foi,
e novas fontes beberão do
que passou;
renovando assim as profundezas"

Acompanhe esta e outros autores nordestinos neste link

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