Agradecemos à autora LARA BARRADAS a disponibilidade em responder ao nosso questionário
1
- Como se define enquanto autora e pessoa?
Sempre
fui uma pessoa introvertida e, por norma, um introvertido pensa muito e sente
exacerbadamente. No entanto, nunca tive facilidade em exteriorizar essa forma
peculiar de sentir. Vivo intensamente as emoções, mas é raro que alguém em veja
materializá-las de forma visível. Por norma, essa materialização ocorre em
momentos de recolhimento.
De
resto, tenho defeitos e qualidades que se refletem também na minha
personalidade enquanto autora. Penso que sou demasiado complexa para conseguir,
sequer, responder a esta questão. Tenho dificuldade em definir-me, as minhas
qualidades e defeitos não são estanques.
2
- O que escreve é inspiração ou transpiração?
Inspiro-me
para depois transpirar. Coloco muita emoção em ambos os processos. Não sou
adepta do superficial.
3
- O que pretende transmitir com a sua escrita?
A
forma como sinto, nem sempre na minha pele. Um autor veste muitas vezes a pele
de alguém em quem se inspirou, e encarna o momento que sonha de olhos abertos.
Não é fácil transmitir e nem sempre é fácil interpretar. A maior recompensa que
um autor pode ter é sentir que, de alguma forma, emociona o leitor ou lhe
provoca emoções semelhantes às que sentiu ao escrever. É maravilhosa esta
sintonia.
4
– Por que escreve poesia?
Comecei
com o desafio de uma editora para integrar uma Antologia. Vi o poema que
escrevi por brincadeira ser selecionado e ficou-me o gozo que me deu brincar com
as palavras. Fui introduzindo emoção neste jogo e o resultado foi melhorando.
Hoje, nada me dá mais prazer do que escrever poesia ou prosa poética. Gosto da
aglutinação de um vocabulário cuidado, com o ritmo e a carga emocional típica
da poesia.
5
- O que costuma fazer para promover a sua escrita?
O
principal meio que uso são as redes sociais, em particular o Facebook e o
Instagram. Tenho participado também em coletâneas e antologias.
6
- Que impacto têm as redes sociais no seu percurso?
Um
enorme impacto. Comecei no Facebook para aferir a aceitação do público porque,
apesar de os meus amigos gostarem do que escrevia, sempre assumi que a opinião
deles era, obviamente, suspeita. Criei uma página de autora e fui promovendo
algumas publicações, com um resultado que jamais esperei. A página cresceu de
forma muito rápida, atingindo os milhares de seguidores em poucos meses.
Consegui
criar uma empatia muito especial com os meus seguidores e tem sido uma
experiência inigualável.
7
- O que acredita ser essencial na divulgação de um autor?
Aparecer,
com humildade e respeito genuíno pelo espaço dos outros. Qualquer meio é
válido, com especial destaque para as redes sociais que ganharam uma relevância
difícil de combater. Mas não basta aparecer, é imperativo que se tenha algumas
noções de marketing digital, o que exige muita pesquisa e capacidade de
análise. As editoras e entidades de apoio à edição têm também um papel muito
relevante na divulgação do autor.
8
- O que ambiciona como autora?
Manter
a empatia que tenho vindo a criar com os meus leitores. Escrever mais e melhor.
Poderia dizer que um dos meus objetivos é publicar um romance ou um thriller, a
médio ou longo prazo, mas vou trilhando este caminho sem criar expetativas.
Vivo um dia de cada vez. Não sou de me deslumbrar com a visibilidade ou aspirar
ao estrelato. Há muita gente a escrever bem e tenho perfeita consciência que
ter um livro num escaparate é tarefa árdua e difícil de alcançar.
9
- Livro físico ou e-book? Porquê?
Livro
físico. Porque um livro não é apenas o que se lê, é também tato e o olfato. Um
festim para os sentidos.
10
- Qual a pergunta que gostaria que lhe fizessem? E como responderia?
Esta
é fácil.
Gostarias
de viver da escrita? Porquê?
Sim.
Porque uma paixão que se consolida aos 40 anos, é para a vida toda.
Acompanhem, curtam e divulguem esta e outros autores através deste link
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