Agradecemos ao autor ANDRÉ GALVÃO a disponibilidade me responder ao nosso questionário
1 - Como se
define enquanto autor e pessoa?
Como autor,
sou um observador do mundo e admirador da literatura que há em tudo. Como
pessoa, sou inquieto e inconformado. Isso me aflige, mas também me agrada.
2 - Quais
as influências do Nordeste na sua escrita?
Nasci aqui,
e tudo a minha volta me inspira, mas não só o que há de belo em nossa
exuberante paisagem: as desigualdades, o abandono, os caos do cotidiano também
são inspiração. Acho que essa mistura me inspira e influencia o que sinto,
penso e escrevo.
3 - O que
lhe motiva a escrever? E porquê a poesia?
Motiva-me a
escrever a necessidade que sinto de expressar o que penso, de “colocar pra
fora” pensamentos que às vezes não cabem em mim. Costumo dizer que, pra mim,
escrever é um ato de libertação. É como consigo libertar meus fantasmas e
angústias, além de refletir sobre o mundo e reverberar o que penso sobre o que
nele acontece. Escolhi a poesia porque ela me encanta, e é, pra mim, o caminho
mais rico em metáforas, e assim eu consigo melhor traduzir a minha visão sobre
o que me cerca.
4 - Que
barreiras existem no seu percurso como autor?
Acho que,
além da dificuldade natural de um país que ainda não dá o valor que considero
merecido à literatura, as maiores barreiras estão em mim mesmo. Na minha
autocrítica (que também é muito importante), no meu receio em publicar textos
que não julgo bons o suficiente e também a ocorrências de alguns períodos de
“calmaria criativa”, quando não consigo produzir.
5 - Que
impacto têm as redes sociais no seu percurso?
Não
obstante a enxurrada de coisas negativas que elas trazem, não tenho dúvidas de
que as redes sociais representam um importante meio de divulgação de novos e
consagrados autores da literatura nacional e estrangeira. De uma certa forma,
“democratizam” a divulgação de obras e autores. Dessa maneira, fica mais fácil
divulgar o meu trabalho e conhecer o trabalho de outros autores, cujas obras
são difíceis de encontrar nas livrarias.
6 - Quais
os pontos positivos e negativos do universo da escrita?
Vejo como
pontos positivos a satisfação de escrever e publicar, de interagir com outros
escritores e com os leitores e de participar de eventos literários, onde sempre
temos contato com novidades desse universo. O ponto negativo que vejo é o
silêncio sobre o que produzimos. Quando publicamos, seja em livros ou
antologias ou nos blogs, sites e redes sociais, criamos uma expectativa de leitura
e consequentemente de análise, de comentários sobre o que foi escrito. E quando
nada surge, dá uma sensação de vazio, como se ninguém tivesse lido. A crítica,
mesmo quando negativa, é essencial...
7 - O que
acredita ser essencial na divulgação de um autor?
Essencial é
falar sobre as obras do autor, de suas virtudes e potencialidades. Enfim, dar
mais destaque ao conteúdo que ele produziu. Claro que apresentar a história do
autor e suas referências é importante, porém acredito que a melhor forma de divulgar
o seu trabalho é discutindo suas obras.
8 - O que
tem feito, enquanto autor, para o enriquecimento da literatura nordestina?
Acredito
que, ao apresentar o meu olhar sobre o mundo a partir deste lugar e das minhas
referências, estou levando um pouco desse contexto nordestino para o que
escrevo. Nem tudo o que escrevo faz referência ao Nordeste, mas nasce dele, do
que vivo aqui, ele é meu ponto de partida para contemplar a realidade. E sempre
que publico algo ou demonstro minhas referências literárias, levo um pouquinho
da cultura nordestina junto comigo.
9 - Sugira
um autor e um livro do Nordeste!
José Inácio
Vieira de Melo - A Infância do Centauro.
10 - Qual a
pergunta que gostaria que lhe fizessem? E como responderia?
O que
escrever representa na sua vida? Um encontro íntimo comigo mesmo, um mergulho
nas emoções, medos e reflexões mais pessoais, de onde tiro fôlego e inspiração
para construir os textos que tanto me ajudam a viver. Escrever é um ato de
libertação!
Acompanhe este e outros autores nordestinos neste link
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