Agradecemos ao autor LEANDRO PEREIRA DE FREITAS a disponibilidade em responder ao nosso questionário
1 - Como se define enquanto autor e pessoa?
A única
definição que logro encontrar para me caracterizar enquanto pensador que por
instinto escreve é o ser eu. Ser fiel e idêntico a mim mesmo, com ou sem
caneta, com ou sem voz, é este o princípio que regula toda a minha existência
consciente. Não poderei, jamais, em qualquer circunstância adotar uma postura
se não a minha. Encaro a minha atividade cívica como sendo uma oposta ao
sedentarismo intelectual que, infelizmente, demonstra uma elevada adesão por parte
dos membros da nossa sociedade! Para além disso, reconheço vivamente o poder da
juventude não só por me incluir nela, como também por ser uma força que quando
libertada é indomável... Assim sendo, como o autor é inseparável da pessoa,
sacrificarei a minha vida escrevendo, falando, sentindo e agindo de modo a
iluminar os outros. Em suma, é desta forma que eu me sinto eu, é desta forma
que me defino.
2 - O que o inspira?
Eu
sinto-me inspirado por tudo aquilo que sou capaz de expirar. Enquanto padeça
desta doença da Vida inspirar-me-ei em tudo aquilo que ela aporta. Com os
sentidos transporto-me para a sensação - inspiro - e logo após de com a razão
pensar, simplesmente, expiro. Deste modo, é na convivência com as pessoas, é no
visualizar, no sentir, no pensar, no idealizar, por outras palavras é na vida e
com a vida que permaneço vivo e inspirado.
3 - Existem tabus na sua escrita? Porquê?
Sim, um
apenas. O tabu de nunca escrever, pois sem escrever a história e conhecimento
diluem-se nos fluídos do tempo.
4 - Que importância dá às antologias e
coletâneas?
As
antologias e coletâneas ganham a sua importância em duas fases fundamentais. O
antes e o depois, a construção e a propagação. Em primeiro lugar, todo o
processo envolvido na construção de uma antologia ou de uma coletânea prevê um
massivo envolvimento entre diferentes pessoas e intelectos, convívio que, a meu
ver, é importantíssimo! É na convivência com os outros que as arestas do nosso
ser ganham significado. Algumas são polidas e outras permanecem, assim crescemos.
Em segundo lugar, uma obra desta natureza apresenta uma riqueza única e
variada, dado que, quem a escreve não é um só, são vários e a história que
conta não é a de uma vida, mas sim de infinitas. Deixamos na terra sulcos
literários que impulsionam a humanidade. Que a nossa experiência sirva de
experiência para quem aí vem...
5 - Que impacto têm as redes sociais no seu
percurso?
As redes
sociais são magníficas para partilhar ideias, pensamentos e pontos de vista,
uma ferramenta de debate. No entanto, é pena que, na generalidade, quem as usa
não a usa com esta finalidade. Eu tenho por costume partilhar um pouco do que
escrevo com os meus íntimos através das redes sociais e considero-a fundamental
para divulgar outros trabalhos de natureza cívica como eventos e participações
políticas. Em suma, a importância das redes sociais, para mim, resume-se ao
manter contacto, partilhar e informar.
6 - Quais os pontos positivos e negativos do
universo da escrita?
Honestamente
sou incapaz de encontrar qualquer ponto negativo no universo da escrita em si,
a não ser, na relação para com. A escrita está presente em toda a nossa vida,
poderia escrever uma lista infindável de onde ela aparece, no entanto, tal
trabalho superaria a minha condição humana. Ela, aliada à fala, permite-nos
comunicar, necessidade esta que nos é intrínseca e vital, assim sendo, o
universo da escrita é inseparável do nosso próprio universo. Em relação aos
pontos negativos que, eventualmente, poderia citar no âmbito da relação para
com, sinto que não o posso fazer, dado que, a relação entre os Homens e a
escrita, tanto no sentido de criação, como também na aquisição de conhecimento,
ponto que poderia ser discutido na procura ou não do mesmo, dependem,
fundamentalmente, do livre-arbítrio. Estaria a ser hipócrita se considerasse
que a não procura está errada, pois condicionaria a conduta humana
adentrando-me nos domínios do determinismo que, a meu ver, no âmbito da ação e
deliberação não faz qualquer sentido. Deste modo, o ideal seria que todos
utilizassem o universo da escrita como forma de aprendizagem autodidata sem
imposição, mas para isso é necessária uma mudança de paradigma, levar as
pessoas a pensar sobre e mediante a sua razão decidirem como querem proceder.
Em suma, todos dispomos de armas semelhantes, mas a forma como as utilizamos
podem ser bem diferentes… eis o que nos diferencia uns dos outros tornando-nos
únicos!
7 - O que acredita ser essencial na
divulgação de um autor?
A meu
ver, para uma divulgação eficiente de um autor é fundamental apresenta-lo nas
diversas redes sociais, dar-lhe espaço de expressão escrita e, o mais
importante, dar-lhe voz na comunidade literária.
8 - Quais os projectos para o futuro?
Em
primeiro lugar, nos domínios da escrita quero continuar a participar em
antologias poéticas, visto que, sinto que cresço de uma forma progressiva. Para
além disso, gostava imenso de lançar-me numa publicação, já tenho o material na
gaveta, falta lança-lo ao mundo. Por questões económicas ainda não o fiz, no
entanto, antes dos meus 18 anos, antes de caminhar para a universidade,
pretendo publicar o livro com os poemas que escrevi no decurso da minha
passagem pelo ensino secundário de modo a deixar-me em verso na terra que me
viu crescer, é uma forma de agradecimento por me terem preparado para o futuro.
Em segundo lugar, a nível de formação académica quero formar-me em Física
Teórica trabalhando num centro de investigação e, para além disso, investir na minha
formação pessoal no sentido humanístico. Quero ocupar uma posição no mundo da
política e, utilizarei a poesia como arma! Estarei recetivo a participar em
todas as iniciativas cívicas que me apareçam, quero desempenhar o meu papel
como cidadão de uma forma exemplar dando luz à palavra e à ação!
9 - Sugira um autor e um livro!
Autor –
Antero de Quental. Livro – Apologia de Sócrates
10 - Qual a pergunta que gostaria que lhe
fizessem? E como responderia?
Como lidas com a Morte?
Como
quem lida com a Vida. Ambas existem. Não detivemos qualquer conhecimento da
vida sem a viver, assim como, não iremos deter qualquer conhecimento da morte
sem a sentir…
Acompanhem, curtam e divulguem este e outros autores através deste link
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