segunda-feira, 16 de julho de 2018

DEZ PERGUNTAS A... COSME ROGÉRIO


Agradecemos ao autor COSME ROGÉRIO a disponibilidade em responder ao nosso questionário
1 - Como se define enquanto autor e pessoa?
Sou, como diria Raul Seixas, uma metamorfose ambulante. Por isso eu acho que não me defino...
2 - O que o inspira?
De tudo aquilo que escrevo, pouca coisa é fantasia. A pouca coisa sou eu mesmo. Todo o resto é poesia.
3 - Existem tabus na sua escrita? Porquê?
Não. Se a palavra é feita para dizer, então que ela diga, sem pudores ou censuras internas.
4 - Que importância dá às antologias e colectâneas?
São espaços tradicionais de experimentação e divulgação literárias, promovendo o encontro de autores estreantes e autores mais experientes, fazendo-os marcar presença no campo literário e no mercado editorial.
5 - Que impacto têm as redes sociais no seu percurso?
Devo muito às mídias digitais, no sentido de me colocar em contato com diversos agentes do campo literário. Há muito o que se filtrar nas relações virtuais; há que se ter muito cuidado com o que se troca através delas. Ainda bem que o que temos a compartilhar é poesia!
6 - Quais os pontos positivos e negativos do universo da escrita?
Positivamente, aponto o fato de que a escrita satisfaz uma necessidade existencial: escrevo porque isso me humaniza. Negativamente está o fato de a sociedade moldada pelo capitalismo transformar minha necessidade em mercadoria, daí ser preciso me afirmar escritor através de um selo editorial. Mas a sina do escritor, de qualquer forma, é esta, conforme me ensinou Umberto Eco: lançar ao mar uma mensagem engarrafada na esperança de que alguém a encontre e ache belo o que o autor também encontrou e achou belo.
7 - O que acredita ser essencial na divulgação de um autor?
O alcance entre os mais jovens, sobretudo através da escola e da universidade, por meio de atividades como a realização de saraus, recitais, bate-papos com os escritores e outras estratégias de ação. Ou seja, é essencial atingir os espaços onde resida a vida! A divulgação nas academias de letras, para citar um exemplo, para mim, funciona tanto quanto a divulgação entre as catacumbas de um campo santo.
8 - Quais os projectos para o futuro?
O futuro é um signo aberto. Mas pretendo continuar meu trabalho como professor e, nesse processo, produzir e participar da vida literária.
9 - Sugira um autor e um livro!
Neste ano em que se completam 80 anos de sua publicação, recomendo um dos documentos literários mais importantes no estudo da realidade social brasileira: Vidas secas, de meu ilustre conterrâneo Graciliano Ramos.
10 - Qual a pergunta que gostaria que lhe fizessem? E como responderia?
Sempre me questionam acerca do meu nome, se tenho algum irmão gêmeo chamado Damião... Eu gostaria se me perguntassem, simplesmente: “Qual é a origem do seu nome?”. Eu responderia: “A palavra é de origem grega, mas meu nome vem da mitologia da umbanda, sincretizada com a mitologia católica. Os Cosmes são entidades equivalentes aos Erês do candomblé. Representam a pureza das crianças. Todos os orixás necessitam da energia de Cosme para trabalhar”.
Acompanhem, curtam e divulguem este e outros autores através deste link

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