Agradecemos ao autor COSME ROGÉRIO a disponibilidade em responder ao nosso questionário
1
- Como se define enquanto autor e pessoa?
Sou,
como diria Raul Seixas, uma metamorfose ambulante. Por isso eu acho que não me
defino...
2
- O que o inspira?
De
tudo aquilo que escrevo, pouca coisa é fantasia. A pouca coisa sou eu mesmo.
Todo o resto é poesia.
3
- Existem tabus na sua escrita? Porquê?
Não. Se
a palavra é feita para dizer, então que ela diga, sem pudores ou censuras
internas.
4
- Que importância dá às antologias e colectâneas?
São
espaços tradicionais de experimentação e divulgação literárias, promovendo o
encontro de autores estreantes e autores mais experientes, fazendo-os marcar
presença no campo literário e no mercado editorial.
5
- Que impacto têm as redes sociais no seu percurso?
Devo
muito às mídias digitais, no sentido de me colocar em contato com diversos
agentes do campo literário. Há muito o que se filtrar nas relações virtuais; há
que se ter muito cuidado com o que se troca através delas. Ainda bem que o que
temos a compartilhar é poesia!
6
- Quais os pontos positivos e negativos do universo da escrita?
Positivamente,
aponto o fato de que a escrita satisfaz uma necessidade
existencial: escrevo porque isso me humaniza. Negativamente está o fato de
a sociedade moldada pelo capitalismo transformar minha necessidade em
mercadoria, daí ser preciso me afirmar escritor através de um selo editorial.
Mas a sina do escritor, de qualquer forma, é esta, conforme me ensinou
Umberto Eco: lançar ao mar uma mensagem engarrafada na esperança de que alguém
a encontre e ache belo o que o autor também encontrou e achou belo.
7
- O que acredita ser essencial na divulgação de um autor?
O
alcance entre os mais jovens, sobretudo através da escola e da
universidade, por meio de atividades como a realização de saraus,
recitais, bate-papos com os escritores e outras estratégias de ação. Ou
seja, é essencial atingir os espaços onde resida a vida! A divulgação
nas academias de letras, para citar um exemplo, para mim, funciona
tanto quanto a divulgação entre as catacumbas de um campo santo.
8
- Quais os projectos para o futuro?
O
futuro é um signo aberto. Mas pretendo continuar meu trabalho como
professor e, nesse processo, produzir e participar da vida literária.
9
- Sugira um autor e um livro!
Neste
ano em que se completam 80 anos de sua publicação, recomendo um dos
documentos literários mais importantes no estudo da realidade social
brasileira: Vidas secas, de meu ilustre conterrâneo Graciliano
Ramos.
10
- Qual a pergunta que gostaria que lhe fizessem? E como responderia?
Sempre
me questionam acerca do meu nome, se tenho algum irmão gêmeo chamado Damião...
Eu gostaria se me perguntassem, simplesmente: “Qual é a origem do seu nome?”.
Eu responderia: “A palavra é de origem grega, mas meu nome vem da mitologia da
umbanda, sincretizada com a mitologia católica. Os Cosmes são entidades
equivalentes aos Erês do candomblé. Representam a pureza das crianças. Todos os
orixás necessitam da energia de Cosme para trabalhar”.
Acompanhem, curtam e divulguem este e outros autores através deste link
Sem comentários:
Enviar um comentário
Toca a falar disso