“É caminhando que se
faz o caminho”…
Embalada nesse ritmo do
Titãs, que sigo nessa caminhada promovendo e divulgando a Poesia Lusófona.
O caminho é de flores e
espinhos, e apesar de alguns arranhões, vou seguindo, fechando os olhos e
ouvidos para o que acontece a minha volta. Prefiro não olhar e não comentar,
sobre a grama do vizinho, mas ao saber de coisas do tipo: "a minha é mais verde
e que ele só tem jardim por que fui eu que ajudei a arar a terra, adubar e
regar, e ainda mais, tive a ideia de…"
Estava regando as
minhas flores, quando um raio caiu bem perto de mim e decidi sair da toca e
falar disso: Poderia falar dos projetos que não eram nem meus e no qual me
dediquei integralmente, abri portas em Recife, apresentei pessoas importantes
para que o evento se realizasse com excelência, passando por meses exaustivos
de trabalho e contatos, captando parcerias, apoios e patrocínios, envolvendo e
convidando amigos /autores, entidades e divulgando exaustivamente todos os trabalhos
relacionados a pessoa, produzindo e realizando, sem falar no cuidado em
hospedar a organizadora, em um hotel 5 estrelas, com tudo pago, inclusive as
refeições, sem receber nada em troca e ainda pagando (e caro) para participar
de uma antologia. Depois me excluem sem uma explicação coerente e justa e ainda
quer propagar tempestades, jogando pequenos raios aqui e ali, onde o sol nasce
para todos.
Falando das flores,
desde 2009, por causa do Facebook comecei a interagir com autores da Espanha,
Portugal e África. Em 2010, quando participei do ALT FEST! Flioporto, como
produtora, a convite do Poeta S. R. Tuppan, em Olinda, trabalho na divulgação
da poesia lusófona. Em 2013 como agente literária de um poeta Português,
resolvi em definitivo, dedicar-me a essa ponte entre Brasil, Portugal e África.
E os anos e as oportunidades foram surgindo e sem nada planejado, fui seguindo
conforme os convites iam aparecendo. Em 2015 idealizei e organizei o projeto
Circuito das Artes, com diversos eventos relacionados a arte e a cultura.
Deixei o Brasil em
setembro de 2017 e ao chegar em Lisboa, decidi seguir apenas o caminho da
Poesia. Agora em 2018, estamos caminhando com a divulgação dos autores em
nossos eventos na Parceria In-Finita/ Palácio Baldaya e com o projeto Conexões Atlânticas.
Além da parceria com o Armazém de Quinquilharias e Utopias, de Niterói no
Fanzine Alfarrábios, divulgando Brasil e Portugal e com a Helvétia no III
Festival de Poesia de Lisboa, agregando autores portugueses, brasileiros e
africanos. Nos intervalos, pois nem sempre pude viver de poesia, participei como
autora e produtora em diversos Saraus e Movimentos Poéticos em Recife e Olinda,
depois em Niterói, Teresópolis e Rio de Janeiro, onde conheci muita gente e
alguns tornaram-se amigos que continuam a caminhar ao meu lado.
E faço uma pergunta: Os
contatos nessas andanças pertencem a um determinado grupo? Ou são pessoas que
se encontram para trocar poemas e se conhecerem, livres para circular por entre
todos os espaços como achar conveniente, criando assim uma rede de divulgação
entre uns e outros?
Além de extremamente
saudável, acredito que é assim que devemos fazer para que a Poesia circule
pelos quatro cantos do mundo, e que a NOSSA LÍNGUA PORTUGUESA seja um motivo de
encontro e fortalecimento da literatura entre todos os países lusófonos e além
deles.
Fico cada vez mais
entusiasmada ao ver tantos movimentos, organizações, saraus literários, tertúlias
e encontros da língua portuguesa e lusófona, completando cinquenta, quarenta,
vinte, dez, cinco ou três anos de eventos. Como acredito que a Poesia
transforma o ser humano, e que com a facilidade das redes sociais muito mais
podem chegar, encontrar, conhecer, divulgar, mostrar, criar laços, e por que não
fazer amigos, e se apaixonar?
Falando agora dos
espinhos, não consigo em hipótese alguma, compreender quando falam de
concorrência e inimigos. Ãh?! Me desculpe, mas penso, que se há realmente interesse
em fomentar e agregar, autores e poesia, e não apenas se auto promover e viajar
com o dinheiro alheio, e ficar olhando para aquele ou esse como concorrentes,
torcendo para que o jardim não floresça e ainda sair por aí, como se não
tivesse mais o que fazer, dizendo que os outros só existem porque foram
copiados, roubados ou para ser mais simpática, inspirados, então, todos nós que
promovemos a cultura, ou escrevemos poemas, não passamos de aproveitadores das
ideias alheias?
Como dizia o Poeta
Fernando Pessoa, “ Tudo vale a pena, se a alma não é pequena“.
Como a erva daninha só cresce se lhe dermos espaço, estou cuidando APENAS do meu jardim, e vou continuar plantando as minhas flores … “ Enquanto houver sol”
DRIKKA INQUIT
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