segunda-feira, 18 de junho de 2018

ADRIANA FALA DE... POR ENTRE FLORES E ESPINHOS



“É caminhando que se faz o caminho”…

Embalada nesse ritmo do Titãs, que sigo nessa caminhada promovendo e divulgando a Poesia Lusófona.

O caminho é de flores e espinhos, e apesar de alguns arranhões, vou seguindo, fechando os olhos e ouvidos para o que acontece a minha volta. Prefiro não olhar e não comentar, sobre a grama do vizinho, mas ao saber de coisas do tipo: "a minha é mais verde e que ele só tem jardim por que fui eu que ajudei a arar a terra, adubar e regar, e ainda mais, tive a ideia de…"

Estava regando as minhas flores, quando um raio caiu bem perto de mim e decidi sair da toca e falar disso: Poderia falar dos projetos que não eram nem meus e no qual me dediquei integralmente, abri portas em Recife, apresentei pessoas importantes para que o evento se realizasse com excelência, passando por meses exaustivos de trabalho e contatos, captando parcerias, apoios e patrocínios, envolvendo e convidando amigos /autores, entidades e divulgando exaustivamente todos os trabalhos relacionados a pessoa, produzindo e realizando, sem falar no cuidado em hospedar a organizadora, em um hotel 5 estrelas, com tudo pago, inclusive as refeições, sem receber nada em troca e ainda pagando (e caro) para participar de uma antologia. Depois me excluem sem uma explicação coerente e justa e ainda quer propagar tempestades, jogando pequenos raios aqui e ali, onde o sol nasce para todos.

Falando das flores, desde 2009, por causa do Facebook comecei a interagir com autores da Espanha, Portugal e África. Em 2010, quando participei do ALT FEST! Flioporto, como produtora, a convite do Poeta S. R. Tuppan, em Olinda, trabalho na divulgação da poesia lusófona. Em 2013 como agente literária de um poeta Português, resolvi em definitivo, dedicar-me a essa ponte entre Brasil, Portugal e África. E os anos e as oportunidades foram surgindo e sem nada planejado, fui seguindo conforme os convites iam aparecendo. Em 2015 idealizei e organizei o projeto Circuito das Artes, com diversos eventos relacionados a arte e a cultura.

Deixei o Brasil em setembro de 2017 e ao chegar em Lisboa, decidi seguir apenas o caminho da Poesia. Agora em 2018, estamos caminhando com a divulgação dos autores em nossos eventos na Parceria In-Finita/ Palácio Baldaya e com o projeto Conexões Atlânticas. Além da parceria com o Armazém de Quinquilharias e Utopias, de Niterói no Fanzine Alfarrábios, divulgando Brasil e Portugal e com a Helvétia no III Festival de Poesia de Lisboa, agregando autores portugueses, brasileiros e africanos. Nos intervalos, pois nem sempre pude viver de poesia, participei como autora e produtora em diversos Saraus e Movimentos Poéticos em Recife e Olinda, depois em Niterói, Teresópolis e Rio de Janeiro, onde conheci muita gente e alguns tornaram-se amigos que continuam a caminhar ao meu lado.

E faço uma pergunta: Os contatos nessas andanças pertencem a um determinado grupo? Ou são pessoas que se encontram para trocar poemas e se conhecerem, livres para circular por entre todos os espaços como achar conveniente, criando assim uma rede de divulgação entre uns e outros?

Além de extremamente saudável, acredito que é assim que devemos fazer para que a Poesia circule pelos quatro cantos do mundo, e que a NOSSA LÍNGUA PORTUGUESA seja um motivo de encontro e fortalecimento da literatura entre todos os países lusófonos e além deles. 

Fico cada vez mais entusiasmada ao ver tantos movimentos, organizações, saraus literários, tertúlias e encontros da língua portuguesa e lusófona, completando cinquenta, quarenta, vinte, dez, cinco ou três anos de eventos. Como acredito que a Poesia transforma o ser humano, e que com a facilidade das redes sociais muito mais podem chegar, encontrar, conhecer, divulgar, mostrar, criar laços, e por que não fazer amigos, e se apaixonar?

Falando agora dos espinhos, não consigo em hipótese alguma, compreender quando falam de concorrência e inimigos. Ãh?! Me desculpe, mas penso, que se há realmente interesse em fomentar e agregar, autores e poesia, e não apenas se auto promover e viajar com o dinheiro alheio, e ficar olhando para aquele ou esse como concorrentes, torcendo para que o jardim não floresça e ainda sair por aí, como se não tivesse mais o que fazer, dizendo que os outros só existem porque foram copiados, roubados ou para ser mais simpática, inspirados, então, todos nós que promovemos a cultura, ou escrevemos poemas, não passamos de aproveitadores das ideias alheias? 

Como dizia o Poeta Fernando Pessoa, “ Tudo vale a pena, se a alma não é pequena“.

Como a erva daninha só cresce se lhe dermos espaço, estou cuidando APENAS do meu jardim, e vou continuar plantando as minhas flores … “ Enquanto houver sol”


DRIKKA INQUIT

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