quinta-feira, 2 de novembro de 2017

EU FALO DE... FEIRA DO LIVRO DE AUTOR EM V.F. XIRA

1º DIA
Vitor Costeira, Maria Luz, Adriana Mayrinck, Emanuel Lomelino, Maria Antonieta Oliveira
2º DIA
Adriana Mayrinck, Emanuel Lomelino, Manuel Machado, Maria Antonieta Oliveira


A propósito da recente 2ª edição da Feira do Livro de Autor, em Vila Franca de Xira, cabe-me fazer um semi-retratamento devido ao texto que escrevi, como antevisão deste certame.

Nessa ocasião escrevi, e passo a citar:

"...porque se aproxima mais uma edição da feira do Livro de Autor de Vila Franca de Xira e, tendo em consideração o que aconteceu na anterior (em dois dias, apenas três autores compareceram), não deixa de ser revelador do quanto, os autores, apenas se limitam a protestar por falta de apoios e formas de promoverem as suas obras, mas quando lhes surge uma oportunidade, fingem que não a vêem ou demonstram falta de interesse absoluto".

Escrevi também:

"Eu até gostava que a afluência neste certame viesse a contradizer e a deitar por terra este meu texto. Seria um óptimo sinal de que as coisas estariam a mudar. No entanto, não creio que isso venha a acontecer e tenho pena que os autores não se apercebam que ao negligenciarem este género de eventos estão, pura e simplesmente, a fazer com que aquilo, cuja existência tanto reclamam, deixe mesmo de existir".

E faço o semi-retratamento porque, se por um lado, o número de autores presentes, nos dois dias desta edição, multiplicou (passou de três para seis) -  desta vez também apareceram Maria Antonieta Oliveira e Adriana Mayrinck (nos dois dias) e Manuel Machado (no segundo dia), por outro lado, manteve-se o desinteresse por parte dos autores da área geográfica do evento (Vila Franca de Xira e arredores), com excepção dos "repetentes" Vitor Costeira e Maria Luz.

É evidente que este reforço de presenças agradou aos organizadores. No entanto, não deixa de ser, no mínimo, estranho que os locais se furtem a marcar presença. Mais se estranha por estarmos a falar de uma região onde não faltam autores de qualidade.

Feito o semi-retratamento e o louvor aos autores presentes no evento, resta-me fazer um pequeno resumo do que aconteceu nos dois dias.

Para além do convívio entre autores, com muita conversa e debate de ideias (sempre natural nestas ocasiões), o que me chamou mais a atenção foi a forma como, desta vez, os elementos da organização lidaram com os autores presentes.

Ao contrário do que aconteceu na primeira edição, em que houve um acompanhamento mais próximo e continuado, nestes dois dias, com excepção de alguns minutos de conversa no início e no final de cada manhã, os autores foram deixados à sua sorte, num completo abandono, especialmente no segundo dia.

Escusado será dizer que este pequeno-grande detalhe fez-me ferver o sangue e, nem podia deixar de ser, tive de desabafar este meu desencanto junto de um dos membros da organização.

Creio não ser uma exigência descabida pedir que, pelo menos, uma pessoa permanecesse juntos dos autores, uma vez que eram todos forasteiros. Não fosse a visita de alguns amigos da região e teríamos ficado, tal como os peixes das bancas da frente, apenas em exposição.

E se, no texto de antevisão a este evento, eu condenei previamente os autores por se queixarem da falta de eventos e depois não aparecerem nos eventos que existem, desta vez tenho de condenar, à posteriori, os organizadores deste evento por negligenciarem os autores que quiseram aproveitá-lo prestigiando-o com a sua presença.

Enfim... ganhou-se no aumento de autores presentes... perdeu-se a atenção e o respeito merecidos...

MANU DIXIT







2 comentários:

  1. Compartilho com a mesma opinião e como produtora cultural, também autora e divulgadora da lusofonia e principalmente da poesia, lamento tantas oportunidades que se perdem e que poderiam ser agregadoras e fomentadoras da literatura e cultura, não só local. O movimento e esforço têm que ser de ambas as partes, sem esse complemento, nada vai muito além de uma ou duas edições.

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    1. Queremos mais autores a usufruir dos espaços e eventos que promovam as obras, mas também queremos que os organizadores não se esqueçam daqueles que prestigiam os eventos que organizam...

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