Ainda refletindo sobre a palestra de sábado, no
evento LiterAL, painel em defesa do género literário, composto por Isabel
Stilwell (romance histórico) Jaime Rocha (dramaturgia), Emanuel Lomelino
(poesia), com moderação de Carlos Ademar (escritor), organizado pela câmara
municipal de Alenquer, como leitora e como autora, comecei a perceber que
sempre tive uma certa razão, embora seja muito mais sensitiva do que acadêmica
em sempre ter defendido a poesia como a principal vertente e pilar para que
possamos depois percorrer e nos aventurar por outros gêneros.
O sentir, o olhar, a criação, a construção das
palavras, intrinsicamente carregam uma conotação poética. Autores que escrevem
romances, contos, peças de teatro, novelas, por mais que tentem não mencionar a
importância da poesia na literatura e construção da história literária de um
povo e uma cultura, percebem-se rendidos, ou envolvidos de alguma maneira pelo
sentido poético, mesmo que seja negado por diversas razões particulares. Com a
liberdade de expressão, até as narrativas jornalísticas também começaram a
compor com um certo lirismo as notícias dos telejornais.
Com isso chego à conclusão do quanto somos
envolvidos pela poesia, embora o ser poeta seja muitas vezes discriminado ou dado
pouca importância, até chegar a patamares que ultrapassam o limite comum e se
fazem conhecer por sua obra. Enquanto isso, muitos vivem no anonimato, com
obras fantásticas e sem recursos para editar, devido a banalização editorial,
onde, quem tem mais , ganha o seu espaço nem que seja na estante de um amigo ou
familiar e, nem sempre, com trabalhos que tenham qualidade para circular por aí.
Esse painel muito bem composto e comentando
pelos participantes, alimentou por quase uma hora diversas possibilidades de
questões que esbarramos e que ainda, e talvez, serão inconclusivas, mas
instiga, leva à reflexão, à vontade de escrever, ler,
participar de feiras, saraus e tertúlias, incentivar edição de livros,
antologias, coleções poéticas, contos e todas as formas literárias, onde se
possa sempre alimentar a alma e o conhecimento com a arte das palavras e da boa
escrita, com a sensibilidade e ainda mais, defender a poesia como mola
propulsora de que o início de tudo está no nosso lado - de dentro. E também
desperta o senso crítico e o questionar. A responsabilidade dos autores em propagar
a literatura, é ainda maior, quando se tem a consciência da importância do
poder da palavra escrita.
O que sai da gaveta e segue por diversos caminhos, partilhado nas redes sociais
ou publicado em livros deve ser visto
com mais apreço e consciência não apenas para alimentar egos e vaidades. O
criar, publicar, sem critérios e limites, devido à facilidade da era
tecnológica e virtual, e a comercialização da escrita seja ela qual for e como
for, me faz parar, olhar e perceber o quanto ainda tenho muito o que aprender.
Minha contribuição fica no incentivo e divulgação de todo e qualquer assunto que
nos conduza para um olhar mais consciente e responsável da importância da
poesia e todas as suas vertentes.
DRIKKA INQUIT
Sem dúvida que as suas palavras, são muito verdadeiras. Que continue a criar a partir dos sentimentos, e siga o seu caminho poética com felicidade,
ResponderEliminarGrata pela atenção, Litas Ricardo.
EliminarGostei do que disse nas suas palavras e concordo plenamente com elas. Penso também como diz, que é da poesia, que se parte para outros géneros de escrita. Desejo-lhe muitas felicidades e inspiração para prosseguir no seu caminho poético.
ResponderEliminarGrata pela atenção !
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