sexta-feira, 27 de outubro de 2017

FALA AÍ BRASIL... ADRIANA MAYRINCK

Ainda refletindo sobre a palestra de sábado, no evento LiterAL, painel em defesa do género literário, composto por Isabel Stilwell (romance histórico) Jaime Rocha (dramaturgia), Emanuel Lomelino (poesia), com moderação de Carlos Ademar (escritor), organizado pela câmara municipal de Alenquer, como leitora e como autora, comecei a perceber que sempre tive uma certa razão, embora seja muito mais sensitiva do que acadêmica em sempre ter defendido a poesia como a principal vertente e pilar para que possamos depois percorrer e nos aventurar por outros gêneros.

O sentir, o olhar, a criação, a construção das palavras, intrinsicamente carregam uma conotação poética. Autores que escrevem romances, contos, peças de teatro, novelas, por mais que tentem não mencionar a importância da poesia na literatura e construção da história literária de um povo e uma cultura, percebem-se rendidos, ou envolvidos de alguma maneira pelo sentido poético, mesmo que seja negado por diversas razões particulares. Com a liberdade de expressão, até as narrativas jornalísticas também começaram a compor com um certo lirismo as notícias dos telejornais.

Com isso chego à conclusão do quanto somos envolvidos pela poesia, embora o ser poeta seja muitas vezes discriminado ou dado pouca importância, até chegar a patamares que ultrapassam o limite comum e se fazem conhecer por sua obra. Enquanto isso, muitos vivem no anonimato, com obras fantásticas e sem recursos para editar, devido a banalização editorial, onde, quem tem mais , ganha o seu espaço nem que seja na estante de um amigo ou familiar e, nem sempre, com trabalhos que tenham qualidade para circular por aí.

Esse painel muito bem composto e comentando pelos participantes, alimentou por quase uma hora diversas possibilidades de questões que esbarramos e que ainda, e talvez, serão inconclusivas, mas instiga, leva à reflexão, à vontade de escrever, ler, participar de feiras, saraus e tertúlias, incentivar edição de livros, antologias, coleções poéticas, contos e todas as formas literárias, onde se possa sempre alimentar a alma e o conhecimento com a arte das palavras e da boa escrita, com a sensibilidade e ainda mais, defender a poesia como mola propulsora de que o início de tudo está no nosso lado - de dentro. E também desperta o senso crítico e o questionar. A responsabilidade dos autores em propagar a literatura, é ainda maior, quando se tem a consciência da importância do poder da palavra escrita.

O que sai da gaveta e segue por diversos caminhos, partilhado nas redes sociais ou publicado em livros deve ser visto com mais apreço e consciência não apenas para alimentar egos e vaidades. O criar, publicar, sem critérios e limites, devido à facilidade da era tecnológica e virtual, e a comercialização da escrita seja ela qual for e como for, me faz parar, olhar e perceber o quanto ainda tenho muito o que aprender. Minha contribuição fica no incentivo e divulgação de todo e qualquer assunto que nos conduza para um olhar mais consciente e responsável da importância da poesia e todas as suas vertentes.


DRIKKA INQUIT

4 comentários:

  1. Sem dúvida que as suas palavras, são muito verdadeiras. Que continue a criar a partir dos sentimentos, e siga o seu caminho poética com felicidade,

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  2. Gostei do que disse nas suas palavras e concordo plenamente com elas. Penso também como diz, que é da poesia, que se parte para outros géneros de escrita. Desejo-lhe muitas felicidades e inspiração para prosseguir no seu caminho poético.

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