Alguns anos atrás, numa das primeiras apresentações
que fiz livros de outros autores, falei que a vida é um ciclo (nascer, crescer,
morrer) e que, ao longo do mesmo, outros, mais pequenos, vão aparecendo e
completando-se porque também nascem, crescem e morrem.
Todos nós temos ciclos comuns, temos o ciclo
académico: que nasce com o primeiro dia de aulas e termina aquando da formação
(ou abandono escolar); temos os ciclos de amizades: uns que se prolongam no
tempo e outros que, por variadíssimas razões, se perdem no mesmo tempo; temos
os ciclos do trabalho: que correspondem ao período de tempo em que estamos numa
empresa, e quando entramos noutra, outro ciclo se inicia; temos os ciclos
afectivos... Enfim... a vida é composta de ciclos e mais ciclos, que se cruzam,
complementam e substituem; nascem, crescem e morrem, porque nada é eterno, nem
mesmo o ciclo da vida.
Neste abrir e fechar de ciclos incluo o do autor
(ainda não terminou) que deu origem a outros menores que correspondem a cada um
dos projectos que me envolvi - cada livro editado, cada antologia, corresponde
a um ciclo.
E escrevo sobre os ciclos porque, tal como aconteceu
no passado, quando encerrei o ciclo em que tinha de pagar para ver as minhas
criações editadas, decidi encerrar o ciclo em que faço
participações/colaborações gratuitas em projectos alheios. Até hoje sempre
auxiliei, dentro das minhas capacidades e disponibilidade de tempo, emprestando
todo o meu empenho, por paixão às causas e sem exigência de contrapartidas. Até
agora, tudo o que recebi foi-me dado/oferecido sem que tivesse pedido algo em
troca. Esse tempo/ciclo termina agora.
A paixão continua intacta mas, impulsionado por alguns
convites recentes, sinto ter chegado a hora de substituir ciclos. A partir
deste momento e dadas as circunstâncias actuais, deixarei de envolver-me
gratuitamente no sucesso de projectos de terceiros. Continuarei a apoiar na
divulgação, como sempre fiz, mas tudo o que me for pedido, para além disso,
terá um preço.
Acho que chegou a hora de voltar a dar um murro na
mesa, tal como fiz quando decidi deixar de pagar para editar e passar a exigir
que me pagassem para o fazer. É tempo de voltar a deixar de lado o romantismo e
começar a retirar algum proveito. Afinal de contas, profissionalismo não casa
bem com gratuitidade e eu, tal como todos os humanos (seres biológicos), não
vivo apenas do ar que respiro.
MANU DIXIT
Ui, caro Emanuel, maravilhosa crítica. A sério, senti cada palavra. Até a vivência dos "ciclos", tem de ser respeitada, assim como as respetivas decisões. Desejo-lhe o melhor,
ResponderEliminarGrato pela visita comentada...
EliminarEspero de alguma forma sempre fazer parte dos teus ciclos, pois a amizade que te tenho é eterna. Meus parabéns por este novo ciclo, mais do que ninguém que acompanha tua história, sei que mereces. Parabéns, Manu. Sucesso sempre. Abração gaúcho
ResponderEliminarA reciprocidade existe. Beijo Luso.
Eliminar