segunda-feira, 30 de outubro de 2017

AOS OLHOS DE PAULA OZ - III

Antero Jerónimo é um autor que escreve a sua própria existência.
O seu pilar é a escrita, escrita essa que é possuída por quatro elementos.
- Água, Terra, Fogo, Ar
O autor é a fonte de energia que vive no seu íntimo, respirando-a, vive-a.
Essa arte nunca esteve ausente, apenas guardada no baú do coração.
A chave da liberdade aconteceu com o abraço do tempo e desenraizar a poesia do Homem.
Surgiu então a vida do mesmo e dos elementos que o fazem romper os muros da timidez escrevendo concertos empíricos numa união de sentimentos e alma camuflados por estrelas metafóricas.

Percorrendo as páginas desta obra, fiquei encantada e vestida do seu perfume, o autor procura acima de tudo a felicidade plena, o amor sem grades, a essência do ser e em liberdade, um jardim de poesia onde o seu odor voa livremente:

“De nada vou abrir mão, que não me basta a metade
De forma indelével ousei fechar esta cicatriz
Vou inebriar-me desta seiva, este rio feito vontade
Hoje vou libertar-me, quero apenas ser feliz.”

Criar a magia através de palavras e com elas conseguir que o leitor as sinta, é um dom muito especial, esse é o caminho poético.

Palavras não são somente palavras.
Palavras compõem o universo das pessoas, Antero Jerónimo ampara esse desafio e atinge a intemporalidade nesta obra.
A analogia dos segredos é a emoção e vivacidade com que o autor nos abre a porta:

“É entrar meu povo, é entrar…
Estão abertas as portas da imaginação!”

Antero Jerónimo oferece-nos nesta obra a existência do amor universal, a arte da sua realização espiritual, a palavra em conformidade com o estado de alma.
Neste livro identifico o contexto sentimental e metafórico, que dá lugar à vontade e ao desejo de abrir a janela do tempo e descobrir a mente e o carácter do autor:

“Existem capítulos felizes
De livros que já não lemos
Mas que guardamos religiosamente
Na biblioteca da nossa existência.”

Ao plantar uma flor, visualizo a sua linguagem.
Ao sonhar com uma paisagem, respiro a sua coragem.
A metamorfose do tempo...NUNCA o impedirá de crescer para escrever:

“Arquitecto de sensações me construo e nelas preencho os alicerces onde
edifico a coragem de me questionar.
Onde começa o nosso verdadeiro mundo?”


Uma obra de arte, rica e unicamente TUA
Universalmente NOSSA
Valeu a pena esperar por este horizonte poético que nunca esquecerei.


“Quem olha para fora, sonha. Quem olha para dentro, desperta.”

Carl Jung



Para a obra:


A JANELA DO TEMPO


ANTERO JERÓNIMO




Seguro nas mãos essa força, a força com que a palavra me torna corpo e me faz sentir um todo infinito.

Antero Jerónimo

3 comentários:

  1. Uma dissertação fantástica sobre um escritor que tem magia na escrita.
    Maria Magueijo.

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  2. Sinto-me honrado e reconhecido por este "olhar" sobre a minha pessoa/escrita. Para além da amizade, Paula OZ conhece muito bem o meu sentir, sendo das pessoas que mais me incentivaram a escrever e a acreditar em mim. O meu eterno agradecimento.

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  3. Muito obrigado pelas tuas palavras Célia Magueijo. Um abraço de amizade.

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