Uma
carícia sincera na beira da pia enquanto o café já pronto, invadia a casa com
seu aroma cativante... o ovo já quente derretia-se viçoso em uma calda amarela
escorrendo pelo prato a porta aberta da cozinha descortinava o brilho do sol
incidindo sobre as flores douradas do jardim. Era bonito amanhecer ali... um
céu azul trazia promessas de deleites e a vida parecia mesmo um beijo bom e
doce. E o que mais queria essa mulher, além desse céu, dessa flor, desse
alvoroço de passarinhos, desse amor? Essa calma, esse olhar absorto, esse
abraço por trás e um cheiro no cangote? Que mais queria essa mulher? Que
anseios lhe pulsavam nessa alma de Dom Quixote? Que frenesi nas entranhas a
sacudia assim? Por que esse corpo chora e sangra fora de hora? Por que essa Alma
se descola? Isso ela não conseguia entender. Sentia, sentia, apenas e fortemente
urgências injustificadas. E via, via, antevia sombras e ratos, para além do
jardim... por que a gente é assim? Isso me faz lembrar da frase do Marcio
Junqueira, o jovem poeta: "Quis sair da zona de conforto e partiu para o
conforto da zona" ... devaneios..."
mini-Biografia:
Andrea Sant Anna
Mãe,
avó, contadora de histórias, arte-educadora, ceramista, oficineira, Terapeuta
Corporal
Expressar-se é curar-se. Me
interessam coisas de cura e expressão. Arte e saúde. Coisas de dentro e de
fora. Coisas com as próprias mãos , como desenhar, tocar, escrever, modelar,
massagear, comunicar, acarinhar, cuidar, acolher, nutrir. Me interessam as pessoas, sobretudo, as
crianças , melhor momento dos humanos!
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