domingo, 13 de agosto de 2017

EU FALO DE... DIFERENÇAS QUE NOS UNEM

Já muitas vezes escrevi sobre o quão aberrante, e sem sentido, é o acordo ortográfico. Já rebati, e continuarei a fazê-lo, muitos argumentos que pecam pela escassez de lógica. Já contestei a vassalagem e falta de resistência de muitos que, devido às suas ocupações e responsabilidades inerentes, deveriam ter sido os primeiros a opor-se mas, pelo contrário, foram os que mais rápido aceitaram e ajudaram a implementar este disparate.

No entanto, desta vez não venho rebater nem contestar. Desta vez venho provar o grau de razão que me assiste, e no qual sempre baseei as minhas dissertações sobre esta temática.

E venho provar com os textos que nos últimos tempos temos divulgado neste blogue. Textos escritos por autores lusófonos, que não portugueses, e que todos têm entendido na perfeição, independentemente das diferenças que sempre existiram e sempre existirão.

E não precisarei de dar muitos exemplos para provar que as diferenças que nos separam não são de grafia mas sim de vocabulário.

Os "atos" serão sempre "actos", as "ações" e "reações" serão sempre "acções" e "reacções", "contato" é "contacto", "atual" é "actual".

Quem tem lido os textos encontrou certamente mais diferenças mas sabe que "cotidiano" é "quotidiano", que "ónibus" é "autocarro", que "metrô" é "metro", que "sutil" é "subtil", que "celular" é "telemóvel", que "trilha sonora" é "banda sonora", e por aí fora.

Como digo, as maiores diferenças são de vocabulário, e mesmo essas podem ser facilmente entendíveis se estivermos atentos às leituras... assim temos: "sebo" que é "alfarrábio", "fusca" é "carocha", "pimbolim" é "matraquilhos", "cardaço" é "atacador", etc.

Sejamos sinceros... que maior prova podemos ter, sobre a falta de importância ou influência da grafia no entendimento dos diferentes países de língua lusófona, quando todos, sem "exceção" ou "excepção", nos entendemos perfeitamente nas redes sociais, com ou sem "c", com acentos circunflexos ou tremas, com hífens ou sem eles.

MANU DIXIT

6 comentários:

  1. Isso que é o mais fantástico na língua portuguesa,no qual sou apaixonada e a defendo incansavelmente.Em cada país, os reflexos e influências da cultura, colonização e história em uma língua que consegue reunir três continentes tão particulares, adversos e imensamente ricos.A língua-mãe, tão cheia de vertentes, singularidades e significados, me faz a cada dia, ter mais orgulho do caminho que segui... divulgando a lusofonia.

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  2. Se olharmos para a escrita dos nossos antepassados também encontramos muitas diferenças em relação à nossa "actual" escrita. E todos escrevemos em PORTUGUÊS.

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  3. Eu apenas acho que as palavras que têm "c" que não se lê devem ter apenas 1 "c". Tudo o resto concordo na íntegra com o Emanuel.

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    1. Lucy, o "c", o "p" mudos, servem para abrir a vogal anterior. Uma coisa é arquitectas, outra bem diferente é arquitetas, uma coisa é espectadores, outra é espetadores. Para tirarmos as consoantes mudas teríamos de colocar acento. No caso do sotaque brasileiro isso não se coloca porque eles falam muito com as vogais abertas. Grato pela visita comentada.

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