Um menino chamado amor
Adotei de Vinícius
de Moraes como tatuagem de alma:
“A vida é a arte do
encontro, embora haja tanto desencontro pela vida.” A minha tem sido de grandes
encontros e a cada dia fico mais feliz com as pessoas imensas que cruzam o meu
caminho, que vão se chegando e quando percebo, instalaram-se no cantinho do
coração. Começou com a idéia de uma entrevista, que virá em breve, mas quando
recebi a apresentação do autor, achei melhor, publicar na íntegra a biografia. E
como tive a honra de sua presença em um evento produzido pela In-Finita, fiquei
encantada pela beleza poética, na árdua tarefa em deixar a alma exposta, quando
o corpo não permite a mobilidade.
D. Maria, é a voz,
os braços e as pernas do filho, e além de emocionar, encheram o ambiente de
luz.
Esse menino, fã de
Cora Coralina, tem muito o que brilhar e tocar diversos corações. E essa dupla,
mãe e filho, não só apresentam poesias, eles irradiam amor.
Sou
Wagner Martins dos Santos, nasci no ano 1993, tenho paralisia cerebral desde
nascença. Na adolescência descobrir a literatura, assim em 2014 lancei meu primeiro livro de poesias, daí em
diante participo de vários saraus, eventos voltados a literatura, e cultural,
já fui o escritor homenageado na primeira FLIPE - Feira Literária da Periferia,
faço várias palestras, sou integrante da ONG Deficiente Eficiente que atua em
minha cidade, e no mês de setembro/2016, eu fui um dos ganhadores do PRÊMIO DE
RECONHECIMENTO CULTURAL "MESTRE SAÚBA." Enfim, o escrever me
completa! Nasci, em 17 de abril de 1993 e resido até hoje em Jaboatão dos
Guararapes, Pernambuco. E por causa da negligencia médica adquiri a deficiência
nomeada: Paralisia Cerebral, a qual atingiu muito a minha coordenação motora, e
por causa da ausência dela, eu tenho pouco controle para me equilibrar: ficar
de pé, andar, essa me faz falar com muita dificuldade, e me impede de pegar em
vários objetos... Às vezes sinto-me bastante oprimido dentro do meu próprio
corpo, minha limitação me castiga sem cessar; mas esse empecilho me estimula a
fazer algo que os demais que estão ao meu redor não fazem. Comecei a criar
textos depois que ganhei um livro de história infantil, então nesse momento
brotou dentro do peito o prazer da literatura, eu nem sabia ler direito, e
ditava para um amigo escrever, ele mesmo ilustrava as nossas pequenas
historinhas, era essa a nossa diversão!... Passaram-se os anos, e adquiri o
computador, esse me auxilia bastante, foi aí que senti de verdade tudo ao meu
alcance para fazer um livro, e fiz vários, mas não publiquei nenhum deles.
Apresentaram-me a poesia de forma rapidíssima, quando estava fazendo o 1º ano
na escola, foi o bastante para me cativar. Fui atrás dos livros que
infelizmente a minha cidade não supriu a minha sede pela literatura, eu e a
minha mãe sempre íamos à outra cidade a fim de pegar emprestado alguns livros,
me tornei mais um fascinado por eles, e de tanto ler poesias, resolvi escrever
as minhas com o intuito de expressar algo de dentro, de bom, as pessoas que
estão ao meu redor, a minha página no facebook e o meu site, são a minha forma de
interagir e transmitir a quem vai ler, a nossa vida, o nosso coração.
BAILARINA
DE ALMA
Vi
Uma folha
Dando
piruetas,
E
mais piruetas
No
ar,
Numa
performance
Suave,
Improvisada
pelo vento
A
lhe guiar,
No
palco da minha vista,
Assim
eu apreciei
O
espetáculo da natureza!...
Lembrei
de você,
Bailarina
de alma:
Com
espírito solto,
Bailando
por aí, aonde tocar
A
festiva canção da alegria,
A
sua pessoa a dançar,
e
a vibrar como uma criança,
na
leveza da tal folha,
numa
performance da vida,
no
palco do meu coração...
E eu fico encantado contigo,
cheio
de emoção,
assistindo
o jeito de você,
ser
você
nesse
espetáculo de improvisação!
-
Wagner Martins
Até
breve!
Adriana
Mayrinck
Uau! Grande poeta que admiro! E o poema Bairarina da Alma me seduz! Você é um magistral poeta, amigo Wagner! GISELDA CAMILO.
ResponderEliminar