Quem acompanha o meu trabalho enquanto autor sabe que
não me dedico a uma só fórmula, pelo contrário. Procuro que a versatilidade que
uso a nível temático também exista na elaboração dos textos. Quero com isto
dizer que da mesma forma que escrevo poesia sobre qualquer tema também faço
questão de alternar entre os diversos estilos; umas vezes uso a rima (em
quadras, tercetos, ou sextilhas), outras vezes escrevo com a estrutura dos
sonetos (embora não escreva sonetos), outras ainda uso o estilo livre (sem
rima) mesmo que utilize as estrofes convencionais.
No entanto, esta faceta versátil fica quase na
totalidade restrita ao acto de criação porquanto no momento de reunir os
textos, e transformá-los em possível livro, tenho o cuidado de dar prioridade à
coerência do todo. Passo a explicar:
Exceptuando os dois primeiros livros editados,
"Amador Do Verso" e "Aprendiz De Poeta", que foram
compostos por poemas escritos ao longo de quase vinte anos, com temáticas e
estilos diversos e sem uma linha condutora pré-concebida, todos os outros cinco
têm características muito próprias que foram pensadas exclusivamente para eles.
O "Licença Poética [duetos lomelinos]", como
o próprio nome indica, é um livro de duetos que, por si só, explica a natureza
de excepção que justificou a sua criação.
Já o "Poetas que sou" foi cozinhado durante
dois anos e consiste na reunião de poemas que escrevi para homenagear muitos
dos poetas (consagrados ou não) cuja escrita é uma referência para mim.
O "Novo Respirar" surgiu um pouco de
pára-quedas por influência de um incidente de saúde, sobre o qual senti
necessidade de escrever, ao qual adicionei um conjunto de poemas sobre o acto de
criação poética, que tinha escrito com outra finalidade mas que, por razão de
estilo, acabou por encaixar na perfeição.
O "Impulsações" é um livro que reúne textos,
dedicados ou inspirados por mulheres, escritos ao longo de quase cinco anos e
que têm a particularidade de terem sido criados com estrutura de soneto (não
são sonetos).
O último a ser editado, "Génesis", surgiu de
um convite para integrar uma pequena colecção com edição limitada. Tendo em
conta que este seria o meu sétimo livro decidi incluir vinte seis pequenos
poemas que já tinha escrito (também com outra finalidade) e que se caracterizam
pela circunstância de, todos eles, terem onze versos com sete sílabas
gramaticais, ou seja, cada poema tem setenta e sete sílabas gramaticais. Sendo
o sétimo livro...
Creio ser apropriado dizer, por todas as razões e mais
alguma, que este é, até agora e em todas as vertentes, o meu livro mais
minimalista. E digo "até agora" porque tenho finalizados, entre
outros, três livros de poesia de influência oriental; para além dos que estão
em construção.
Fiz esta explanação, sobre o que já editei, para dizer
que tento, na medida do possível e dentro das minhas capacidades e limitações,
dar um cunho de originalidade ao que vou editando. Ser original custa e é muito
difícil porquanto proliferam autores, estilos e tendências, no entanto, é
possível marcar a diferença se nos dermos ao trabalho de definir directrizes e
emprestar coerência na hora de reunirmos os textos para um livro. Desta forma
evitamos que todos os nossos livros sejam iguais e criamos, nos leitores, um
grau de expectativa e curiosidade sobre o que editaremos a seguir.
MANU DIXIT
Eu que te leio desde o primeiro livro, confirmo tudo o que aqui deixaste escrito. És um poeta versátil, com muita qualidade.
ResponderEliminarAdmiro-te! Parabéns!
Grato pelo acompanhamento interessado!
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