quinta-feira, 17 de novembro de 2016

EU FALO DE... A ORIGINALIDADE NO MEU PERCURSO



Quem acompanha o meu trabalho enquanto autor sabe que não me dedico a uma só fórmula, pelo contrário. Procuro que a versatilidade que uso a nível temático também exista na elaboração dos textos. Quero com isto dizer que da mesma forma que escrevo poesia sobre qualquer tema também faço questão de alternar entre os diversos estilos; umas vezes uso a rima (em quadras, tercetos, ou sextilhas), outras vezes escrevo com a estrutura dos sonetos (embora não escreva sonetos), outras ainda uso o estilo livre (sem rima) mesmo que utilize as estrofes convencionais.

No entanto, esta faceta versátil fica quase na totalidade restrita ao acto de criação porquanto no momento de reunir os textos, e transformá-los em possível livro, tenho o cuidado de dar prioridade à coerência do todo. Passo a explicar:

Exceptuando os dois primeiros livros editados, "Amador Do Verso" e "Aprendiz De Poeta", que foram compostos por poemas escritos ao longo de quase vinte anos, com temáticas e estilos diversos e sem uma linha condutora pré-concebida, todos os outros cinco têm características muito próprias que foram pensadas exclusivamente para eles.

O "Licença Poética [duetos lomelinos]", como o próprio nome indica, é um livro de duetos que, por si só, explica a natureza de excepção que justificou a sua criação.

Já o "Poetas que sou" foi cozinhado durante dois anos e consiste na reunião de poemas que escrevi para homenagear muitos dos poetas (consagrados ou não) cuja escrita é uma referência para mim.

O "Novo Respirar" surgiu um pouco de pára-quedas por influência de um incidente de saúde, sobre o qual senti necessidade de escrever, ao qual adicionei um conjunto de poemas sobre o acto de criação poética, que tinha escrito com outra finalidade mas que, por razão de estilo, acabou por encaixar na perfeição.

O "Impulsações" é um livro que reúne textos, dedicados ou inspirados por mulheres, escritos ao longo de quase cinco anos e que têm a particularidade de terem sido criados com estrutura de soneto (não são sonetos).

O último a ser editado, "Génesis", surgiu de um convite para integrar uma pequena colecção com edição limitada. Tendo em conta que este seria o meu sétimo livro decidi incluir vinte seis pequenos poemas que já tinha escrito (também com outra finalidade) e que se caracterizam pela circunstância de, todos eles, terem onze versos com sete sílabas gramaticais, ou seja, cada poema tem setenta e sete sílabas gramaticais. Sendo o sétimo livro...

Creio ser apropriado dizer, por todas as razões e mais alguma, que este é, até agora e em todas as vertentes, o meu livro mais minimalista. E digo "até agora" porque tenho finalizados, entre outros, três livros de poesia de influência oriental; para além dos que estão em construção.

Fiz esta explanação, sobre o que já editei, para dizer que tento, na medida do possível e dentro das minhas capacidades e limitações, dar um cunho de originalidade ao que vou editando. Ser original custa e é muito difícil porquanto proliferam autores, estilos e tendências, no entanto, é possível marcar a diferença se nos dermos ao trabalho de definir directrizes e emprestar coerência na hora de reunirmos os textos para um livro. Desta forma evitamos que todos os nossos livros sejam iguais e criamos, nos leitores, um grau de expectativa e curiosidade sobre o que editaremos a seguir.

MANU DIXIT

2 comentários:

  1. Eu que te leio desde o primeiro livro, confirmo tudo o que aqui deixaste escrito. És um poeta versátil, com muita qualidade.
    Admiro-te! Parabéns!

    ResponderEliminar

Toca a falar disso