segunda-feira, 1 de setembro de 2025

Papaguear cultura 14 - Emanuel Lomelino

Imagem 123rf

Papaguear cultura 

14

Há um aqueduto de frases por escrever entre as areias do Hudson e as praias vicentinas.

Os verbos correm ferventes desde as encostas do Corno dos Romanos até à mais recôndita ilhota do Pacífico.

Os adjectivos viajam desde as grutas que nunca foram de Salomão até às cidades perdidas na tropical Amazónia.

Cada substantivo percorre as planícies subsaarianas rumo aos planaltos Tártaros.

Existem estepes de versos inovadores, entre as tundras escandinavas e os pomares nipónicos, com ânsia de nascerem virados para as águas santas do Ganges, mas idolatrando as correntes de Yangtzé. 

Há complementos empalados nas calotas polares, em ambos os hemisférios, só a aguardar o degelo para irem em busca de Everestes sujeitos e predicados.

Existem virgulas a bolinar ventos alísios (algumas de pontos às costas), com o mesmo ímpeto que as reticências cavalgam as dunas do Saara, em busca de dois pontos, parágrafos e travessões.

As ondas do Índico são tiles disfarçados, por não quererem ser vistos na companhia dos apreensivos circunflexos. Assim como os graves só querem ver os agudos pelas costas.

As interrogações não são mais do que exclamações vergadas ao peso de múltiplas dúvidas sugeridas pelas irrequietas marés lunares.

E assim se juntam dois mundos numa chuva descritiva cheia de figuras de estilo e com o epílogo esperado (ponto final).

EMANUEL LOMELINO

O mar... (excerto 2) - Gláucia Souza Freitas

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Na travessia mais recente conheci a nascente do rio Mondego, o Mondeguinho, vê-lo tão pequenino me fez pensar em nossos sonhos, como começam pequenos e ganham volume, assim como as águas dos rios que percorrem caminhos, por vezes tortuosos, mas nunca param. Seguem adiante até desaguarem na imensidão do mar - assim como as nossas vidas, sempre em movimento.

EM - MULHERES QUE CRUZARAM OCEANOS - COLETÂNEA - IN-FINITA