Pensamentos literários
2
O provérbio popular diz que a esperança é a última a morrer. Já Balzac afirmou que o homem morre pela primeira vez quando perde o entusiasmo.
Juntando, a ambas as frases, todas as minhas distintas mortes, fica provado que o homem perece toda a vida até que a derradeira morte reclame o seu prémio e encerre o assunto de vez.
Contudo, no meio de toda esta filosofia necrológica, levantam-se algumas questões pertinentes:
Entre cada morte existe renascimento ou ressurreição?
Todas as mortes permitem renovação ou apenas ressuscitamento?
Há alguma morte mais nefasta que as demais?
Até que ponto o acúmulo de mortes não é, em si mesmo, mais uma morte?
Sejam quais forem as respostas a estas perguntas, existem duas garantias absolutas e incontestáveis sobre todas as mortes. As intercalares apenas nos amputam. A definitiva, tal como também disse Balzac: … é mais verdadeira – ela nunca renuncia a nenhum homem.
EMANUEL LOMELINO
Sem comentários:
Enviar um comentário
Toca a falar disso