Diário do absurdo e aleatório
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Por vezes o fogo da vontade perde vigor e transforma-se numa ténue faúlha, que só não se extingue porque nos momentos de alento invertido, sobram ligeiras ondas de resiliência que, embora em banho-maria, impedem que o sentir seja obliterado por uma brisa de fraqueza.
Tal como os arco-íris, os ápices débeis da mente são miragens que tentam grudar-se ao céu do raciocínio, na esperança de ganhar protagonismo, como fossem autores de lavras plagiadas, a desfilar nas sombras de falsas passadeiras vermelhas, sem holofotes nem comendas.
Esses instantes frágeis, quando bem identificados, são manuais empíricos, do lado negro do ser, que ajudam na compreensão dos extremos da personalidade.
Cabe a cada um dar uma utilidade holística, ou parcial, ao aprendido – quando munidos de capacidade reflexiva e isenção de preguiça.
EMANUEL LOMELINO
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