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Diário do absurdo e aleatório
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Sinto que estou a derramar-me até ao extremo do vazio; até ao limite da sensibilidade; até à falésia da consciência, qual abundante cascata de coisa alguma.
Nestes dias em que liquidifico a minha existência deixo de ser corpóreo, liberto-me das emoções, abraço a vacuidade profunda e agrilheto os pensamentos no mais esconso subterrâneo.
Embrulho-me na agudeza protetora e segura do silêncio absoluto e deixo o meu espírito vazado deambular pela neutralidade do espaço.
Somente o nada consegue ser, em mim, o equilíbrio, a prudência, a sensatez, a razão, o tão desejado porto de abrigo.
EMANUEL LOMELINO
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