domingo, 19 de março de 2023

As nossas almas solitárias (excerto 22) - C. GONÇALVES

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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No dia seguinte, sinto-me tão cansada que nem sei como vou aguentar a audiência. Fiquei até tarde a rever o processo e agora isso reflete-se no sono que sinto. Deixo os meus filhos na escola e sigo directamente para o Campus da Justiça. Assim que entro, vejo a Margarida esticar o pescoço nervosamente à minha procura. Faço-lhe um aceno e seguimos para a cafetaria para um café rápido. Não há tempo para mais nada, a audiência começa às 9:00. Já na sala de audiências, visto a personagem da advogada Ana Amaral, dentro do tribunal. Quando fazemos um intervalo, venho até cá fora tomar um café. Num dos bancos do corredor vejo-o sentado, as mãos pousadas nos joelhos. Num relance, ele olha para mim. Os seus olhos erguem-se e vejo o seu sorriso aflorar nos lábios, devagarinho. Eu trago a toga preta vestida, e quando me aproximo, ele levanta-se.

EM - AS NOSSAS ALMAS SOLITÁRIAS - C. GONÇALVES - IN-FINITA

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