terça-feira, 24 de janeiro de 2023

As nossas almas solitárias (excerto 11) - C. GONÇALVES

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
Conheçam a In-Finita neste link

Quando entro em casa, o silêncio sufoca-me. É sempre assim, cada vez que me vejo privada dos meus filhos. Não sei porque ainda me admiro, porque ainda me dói tanto. Talvez porque eles, são a razão da minha vida, eles são o ar que respiro. Sem eles, sinto-me afogada entre a mágoa e a solidão. Na ausência dos meus filhos, sinto-me frágil e perdida. Inconscientemente, vêm à minha memória as suas palavras, és uma excelente mãe e uma mulher de coragem, e não consigo evitar um sorriso. Não te apegues Ana; digo para mim própria. Isto não passará de uma distração, de alguém que tal como tu, está sozinho e que precisa de companhia.

Dou a noite por terminada, e esqueço a roupa por lavar, as coisas por arrumar. Tomo um duche revigorante e quando me deito na minha cama, só quero que o tempo passe bem depressa e que domingo à noite venha rápido.

Acordo em sobressalto com o som do telemóvel a tocar. Tacteio a mesa-de-cabeceira para o alcançar, e por momentos acho que me esqueci de desligar o despertador semanal.

EM - AS NOSSAS ALMAS SOLITÁRIAS - C. GONÇALVES - IN-FINITA

Sem comentários:

Enviar um comentário

Toca a falar disso