quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

As nossas almas solitárias (excerto 3) - C. GONÇALVES

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Na verdade, os meus filhos não são muitos desassossegados. Falam e riem porque são duas crianças de seis e oito anos. O normal. Eu é que não quero incomodar. Nem causar confusão nas rotinas dos outros. Eles correm imediatamente pelos terrenos, finalmente em liberdade. Precisam também destes momentos para descontrair e para fugir à rotina casa-escola-casa. Não tenho o tempo de que gostaria de ter para lhes dar. Nem sempre sobra para estarmos mais momentos juntos como desejaria. Mas, aproveitamos cada pedacinho como se não houvesse amanhã. E quando passam os fins-de-semana com o Miguel, sinto-me vazia e perdida sem eles.

Estamos todos sentados à mesa, cuidadosamente posta para o jantar. A Laura preparou imensas iguarias e já me sinto cheia só de olhar. São pessoas extremamente hospitaleiras e gostam de receber. Por um momento, entre as conversas e as gargalhadas, esqueço-me de tudo o que carrego e deixo-me descontrair; entre um prato de carne assada e um copo de vinho, entre a felicidade estampada nos rostos da Sara e do Santiago, e sinto-me feliz, sinto-me bem.

EM - AS NOSSAS ALMAS SOLITÁRIAS - C. GONÇALVES - IN-FINITA

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