domingo, 4 de dezembro de 2022

As nossas almas solitárias (excerto 1) - C. GONÇALVES

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Acabo de os deitar. São 21:40. Quando olho para eles, tudo faz sentido. As forças surgem-me inexplicavelmente, mesmo que ainda seja quarta-feira de mais uma semana árdua de trabalho.
Os jantares na casa da Sara, renovam sempre o meu espírito e a minha alma. Como é hábito, pomos a conversa em dia, falamos da semana e dos nossos problemas, e hoje não foi excepção. Sinto-me sempre mais leve, menos sozinha. A Sara é a irmã que nunca tive. Conhecemo-nos durante um estágio que fizemos juntas numa empresa de recursos humanos; eu como jurista, ela como junior researcher. Desde então, ficámos amigas inseparáveis e acompanhamos sempre que possível, a vida uma da outra. Apoiamo-nos, ajudamo-nos; no bom e no mau, nas tristezas e nas alegrias. Por isso, fico muito feliz por ela. Finalmente conseguiu entender-se com o Santiago e caminham para um relacionamento tranquilo e apaixonado. Combinámos passar o fim-de-semana no Alentejo, na casa dos pais do Santiago. A princípio recusei; não quero dar trabalho nem impor a presença dos meus filhos. Também não quero ser um fardo para ambos, agora que querem estar sós. No entanto, e perante a insistência da Sara, acabei por ceder. Estou a precisar de descontrair e de me abstrair, de relaxar. Adoro o Alentejo, e espero poder usufruir da calma e da paz que a planície me transmite. O trabalho tem-me ocupado o pouco tempo que tenho disponível para mim e preciso de uma pausa para repor energias. Para respirar um pouco de ar puro. Os miúdos estão comigo nesse fim-de-semana, e vai saber bem gozar de algum tempo livre com eles.

EM - AS NOSSAS ALMAS SOLITÁRIAS - C. GONÇALVES - IN-FINITA

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