sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

A cruz haitiana (excerto 6) - IARA LEMOS

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Em Jérémie, logo percebi que a composição das letras na parede do pequeno aeroporto, mais que dar nome à cidade e desejar uma boa estada aos raros visitantes que por lá apareciam, eram responsáveis por manter vivos artistas que a história cultural do país se encarregou de sacramentar. Foi assim com Etzer Vilaire e Émile Roumer. Poetas de pele negra, aparência sofrida e alma iluminada, que traduziram em versos a busca do povo haitiano por melhorias. Etzer e Émile ajudaram a levar o nome do Haiti para o mundo, expondo as dificuldades de uma terra que corrói seus filhos prematuramente.
Em um país onde a média de vida gira em torno dos 56 anos, as responsabilidades começam cedo para os que precisam ganhar o seu próprio pão, mesmo que o “pão” não seja bem a referência de alimentação por lá. A infância se funde aos compromissos e responsabilidades da vida adulta, fazendo com que muitas crianças sejam forçadas a transformar os afazeres domésticos, e outros mais, numa rotina de trabalho intensa, na tentativa de garantir a própria sobrevivência.

EM - A CRUZ HAITIANA - IARA LEMOS - IN-FINITA

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