Como bem observa o investigador Luca Mavelli, o neoliberalismo enquanto racionalidade afeta todas as esferas da atividade humana, disseminando o modelo do mercado, levando os Estados e as pessoas a se autoconduzirem como atores empresariais para maximizarem seus valores (Mavelli, 2018, p.482). Considera-se esse processo como “economização neoliberal”, onde as pessoas e os Estados “irão agir de acordo com as lógicas de competição, posicionamento estratégico e maximização do seu valor até mesmo nas instâncias onde o dinheiro pode não estar diretamente ou somente indiretamente em jogo” (Mavelli, 2018, p. 485, tradução da autora).
Nesse sentido, a entrada ou restrição dos migrantes nos países de destino torna-se um processo seletivo, dependendo das suas qualificações e se as mesmas correspondem às necessidades do local de acolhimento. Dessa forma, as/os migrantes são encarados como capital humano, ou seja, um investimento, que servirão para alavancar o desempenho e a competitividade financeira e econômica do país de destino (Mavelli, 2018). As/os migrantes detentores de capital humano possuem alto valor, sendo consideradas/os “recursos vivos que podem ser administrados e aproveitados para fins econômicos” (Mavelli, 2018, p.484, tradução da autora). Em contrapartida, automaticamente, excluem aquelas/es que consideram sem valor, sem capital humano, e, logo, não são vistas/os como vantajosas/os e lucrativas/os.
EM - GÊNERO E IMIGRAÇÃO - PLATAFORMA GENI - IN-FINITA
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