domingo, 19 de junho de 2022

Sexta-feira (excerto) - CARLA GISELE BATISTA

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Cheiravam a alfazema as roupas de cama trocadas naquele dia. Era amplo o apartamento, em um conjunto de prédios antigos. Os janelões de todos os cômodos ficavam abertos. Vantagem de morar no terceiro andar. Móveis não havia muitos.
Ela ainda estava na graduação quando ele veio morar junto. O colchão de casal sobre um tapete. Na sala era apenas um sofá de três lugares e uma mesa com bancos. Poucas plantas. Flores raras. Muitos livros e CDs. Coisas dele e dela, moradores solitários, que se combinaram.
Ela trabalhou de manhã e aproveitou a tarde sem aulas para fazer faxina. Tão bom com tudo limpo! Assistir filmes, ler, cozinhar, ia ser mais agradável. Era como passavam os finais de semana quando o dinheiro estava curto. As saídas se limitavam a caminhadas no parque das redondezas. Evitavam cinemas, shows, restaurantes.
Quando começaram a ficar juntos, além do estágio no jornal, ela trabalhava algumas noite de garçonete. Voltava do trabalho pro apartamento dele, no centro da cidade, levando algo para comerem juntos. Ele a esperava com cerveja ou vinho. Conversavam e namoravam até o amanhecer.
Sexta feira era dia de adiantar as edições de sábado e domingo e o trabalho dele costumava terminar tarde. Geralmente havia a cerveja no restaurante ao lado para relaxar com a turma do Jornal. Às vezes ela participava.

EM - MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL - COLECTÂNEA - IN-FINITA

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