terça-feira, 3 de maio de 2022

Grinalda de emoções (excerto 7) - MARIA ANTONIETA OLIVEIRA

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Sem dar pelo tempo, nem sentir fome, dei uma limpeza geral na sala, na cozinha, na casa de banho e no quarto, apenas deste espaço precisava para viver. Tudo o resto era demais para uma viúva triste e solitária. Os salões e os restantes quartos e casas de banho não me faziam falta, já não tinha ninguém para neles habitar ou fazer uso deles.
Rodrigo já raramente vinha a Portugal. A mulher, depois que engravidara e perdera o bebé, ficara com uma enorme depressão. Tinha dias em que parecia adormecida para sempre, não se levantava, não comia, nem sequer queria ver o Rodrigo. Depois, o marido lá a convencia de que a vida continuava, de que continuava a amá-la e que tinham muitos anos para voltarem a tentar ser pais. Ela, durante um tempo, melhorava, mas, era só durante um tempo, depois, tudo voltava a ser negativo no seu pensamento e à sua volta. Rodrigo não a deixava sozinha, nem para vir cá, até porque sabia que eu estava bem, aos poucos, estava a conseguir dar a volta.
A casa limpa, arejada e com cheirinho a sol, já parecia outra vez, um lar. As roupas que trouxera, arrumei-as cuidadosamente, no roupeiro do quarto. O banho quente revigorara-me o corpo sofrido e cansado. Agora, era começar de novo, recomeçar a viver.

EM - GRINALDA DE EMOÇÕES - MARIA ANTONIETA OLIVEIRA - IN-FINITA

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