segunda-feira, 21 de março de 2022

27 Setembro 1995 (excerto) - FRANCIS RAPOSO FERREIRA

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Confesso-te que a resposta dele, imediata, me surpreendeu. Não só me disse aceitar a minha decisão, como me prometeu nada fazer para a contrariar. Hoje, confesso-te, acho que até me agradeceu.
Desde esse dia até ao pedido de casamento e à marcação do mesmo, nada mais de especial se passou. Quando acabei os estudos secundários e me inscrevi na faculdade de direito, ele ainda tentou convencer-me a não avançar, propondo mesmo que nos casássemos e me deixasse de estudos e mais estudos. Confesso-te que não estranhei tanta pressa, antes a entendendo como sendo o seu desejo de me tomar por sua mulher, a falar mais alto.
Meu pai é que me abriu os olhos e me fez ver que seria melhor conseguir um curso antes de me casar e, provavelmente, me encher de filhos, o que só viria complicar, para não dizer mesmo inviabilizar, a concretização desse meu sonho. Foi este alerta de meu pai, apesar de minha avó, uma vez mais, ter vindo, logo, em defesa da ideia do seu amigo Tininho, que me valeu e me fez adiar o sofrimento por mais alguns anos.
A verdade é que face às insistências dele para nos casarmos mesmo antes de terminar o curso, ainda me senti tentada a ceder às suas pretensões, mas o medo de que meu pai se pudesse sentir como que desiludido nos seus conselhos, fez-me manter-me firme e ir em frente com a ideia de só me casar depois de licenciada.
Confesso-te, também sentia medo que acontecesse alguma coisa a meu pai e ele morresse sem me ver casada, pelo que vivia numa angústia permanente. Mesmo após terminar o curso, não decidi nada sem falar com a única pessoa em quem confiava plenamente, meu pai.

EM - DIÁRIO DE MEL - FRANCIS RAPOSO FERREIRA - IN-FINITA

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