segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

24 Setembro 2018 (excerto) - FRANCIS RAPOSO FERREIRA

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Um pensamento lhe surge de repente, porque será que tendo sofrido todas as humilhações que sofreu às mãos do homem com quem a casaram, agora se tinha deixado levar na história que um desconhecido lhe contara, escondido atrás de um computador? Em adolescente ainda acreditava que o amor se manifesta através dos mais improváveis sinais, mas já tem idade e experiência mais que suficiente para não continuar a acreditar em histórias de princesas e príncipes encantados. Oh não, que se passa com ela, amor, o que é isso?
Almoçaram na companhia um do outro, passaram a tarde a passear por Lisboa, aproveitando o facto de ser feriado, e a falarem da vida de cada um deles. Sem se dar conta de tal, acabara por lhe contar, ainda que muito vagamente, todo o seu drama de mais de 20 anos. No entanto, lembra-se bem, o que mais a assustara, fora o facto de o ter feito sem sentir qualquer tipo de medo, o que poderia significar que corria o risco de esta a baixar, demasiado, as suas defesas.
Lourenço, fazendo-lhe uma suave caricia no rosto, dissera-lhe que o marido só podia ser alguém muito insensível, pois se havia mulheres capazes de atrair a atenção dos homens, ela era uma delas, além de ter a certeza que seria a mulher ideal para fazer qualquer homem feliz.
Foi quando já se despediam que ela, num gesto de total inconsciência, o convidou para jantar, acrescentando que lhe estava a apetecer divertir-se um pouco, mas, atenção, não o queria obrigar a nada, muito menos à sua companhia, e que compreenderia se ele preferisse somente fazer-lhe companhia ao jantar e, depois, cada um ir à sua vida. Ele responder-lhe-ia que também desejava prolongar o tempo na sua companhia, mas também não se sentir bem por estar a aproveitar-se da generosidade dela, preferindo deixarem o jantar para o final do mês, quando ele recebesse e lhe pudesse retribuir o almoço.

EM - DIÁRIO DE MEL - FRANCIS RAPOSO FERREIRA - IN-FINITA

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