Minha voz honra a elevação firme, é cantada ao luar e
em cada renascer se esquece da noite anterior para poder cantar
continuadamente. Jamais esta voz se rebaixa ao negrume da opressão, à castração
soberba porque ela nasceu para ser elegante, por vezes feroz, para se erguer
diante vil tirana.
Oh, viva voz que se afirma, que fala de poesia profana
e sagrada, bom uso nos métodos de esclarecimento curando silêncios.
Nas labaredas do fogo santo dança a filha selvagem,
descalça, com o peito meio descoberto, a saia contornando os joelhos e
acompanhando o movimento do corpo numa alegria extasiada. Índia indomada,
coração livre, espírito infindo, donzela, maga, mestra do seu ritmo que ora às
sete luas e aos nove sóis para que a natureza se resgaste no íntimo e regenere.
É a filha selvagem que sente o caminho da alma,
bússola encantada, escoltada de beleza verdadeira faz quanto pode para ser
intrínseco seu valor.
Melhor pedra de toque para experimentar o verso do
poeta, seguindo métrica transparente no fluxo essencial. Ela beija a alma do poeta como uma
chancela lacrada nas iniciais do seu cancioneiro, que vislumbre acarreta doce
ocasião.
Somos filhas selvagens que dão bem a conhecer a sua
expressão, compreendendo especial graça, quão certa prosa de estilo.
Filhas selvagens isentas de nomes... Sabem quem são!
EM - VERSO & PROSA - COLECTÃNEA - IN-FINITA
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