sábado, 22 de janeiro de 2022

24 Setembro 1995 (excerto) - FRANCIS RAPOSO FERREIRA

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É verdade, tenho a certeza do que te digo, ainda hoje, minha mãe, só gosta dela, não tendo mudado nada com o passar dos anos. Sempre viveu e continua a viver só para ela e em função dela. Se em criança nunca me apercebi dessa realidade, muito se ficou a dever ao amor que meu pai e meu avô, curiosamente os dois homens da casa, sempre me dedicaram, já que minha avó é tal qual minha mãe, vive só para si, para o luxo e para as aparências.
Ao que me recordo, muito vagamente, toda essa boa vida, tanto de meus avós como de meus pais, terá sofrido um forte, e devastador, abanão, quando eu ainda nem tinha festejado quatro anos, mais precisamente em Abril de 1974, logo após a revolução de 25 de Abril e de toda a agitação social que se lhe seguiu.
Ao que me contou meu pai, sempre meu pai, anos mais tarde, terá sido minha mãe, também sempre ela, quem decidiu que o melhor para segurança de todos nós, principalmente a minha, seria sairmos de Lencastre e irmos viver para Sintra, onde meus avós também tinham casa.
Assim foi, pelo que, de um momento para o outro, me vi retirada daquele ambiente bucólico da vila de Lencastre e metida no reboliço de Sintra, que embora ainda não fosse o que é hoje em termos turísticos, também nada tinha a ver com o local onde nasci e passei os primeiros anos de vida. Hoje, posso assegurar-te que foram os meus melhores anos de vida, sempre protegida pelo amor e carinho de meu pai.
Seria ali em Sintra que cresceria e passaria o resto da minha infância e grande parte da adolescência.

EM - DIÁRIO DE MEL - FRANCIS RAPOSO FERREIRA - IN-FINITA

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