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Sexta-feira, 16h45. Acabo de tomar banho, escovar os dentes e
finalmente lavar o cabelo. Consegui secá-lo, o que merece dupla
comemoração. Poderia sair para um happy hour com amigas, mas
não será o caso. Primeiro, por estarmos em meio a uma pandemia,
jamais vivida e imaginada, que nos coloca há mais de noventa
dias confinados em casa por questões de saúde e sobrevivência,
mas também porque tranquilamente eu me deitaria na minha
cama agora e dormiria em menos de dois segundos sem muito esforço.
Pandemia mundial combinada com puerpério, não é para
qualquer um.
Quando – depois de muito desejar e tentar, com direito a
árduo processo de reprodução assistida e inseminação artificial,
frustradas – desistimos de continuar com a pressão que nós mesmos
nos impomos, descobri, aos 35 anos, minha primeira gestação,
natural.
A natureza se encarregou de manter em minha mente apenas
alguns flashs desta gestação, pois perdemos a Mariana, nossa primeira
filha, em um aborto tardio. No ultrassom agendado para
confirmarmos o sexo do bebê, com 18 semanas, o coraçãozinho
já não batia mais. Ela estava lá, formadinha, quietinha, mas já
tinha nos deixado. Foram longos seis meses de dor e questionamentos
sobre o que fiz de errado, porque acontecia aquilo justo
comigo, pensamentos raivosos e de autopiedade, dias e mais dias
de conversa com Deus com pedidos de ajuda. Pairavam incertezas
sobre se eu me reergueria um dia, se meu casamento passaria ileso
por essa experiência e sentimento de culpa, além de uma certa
exclusão de rodas de amigas grávidas, notícias de novas gestações,
nascimentos e temas maternais.
EM - MÃES - COLECTÂNEA - IN-FINITA
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