Agradecemos à autora CARLOTA MARQUES CANHA pela disponibilidade em responder ao nosso questionário
1
- Como se define enquanto pessoa?
Como
pessoa, sou simples, muito objetiva e racional nos meus objetivos, nas metas
que traço na minha vida. Pessoa de trato fácil, comunicadora, compreensiva e
muito observadora no meio que me rodeia e pessoas.
2
- Escrever é uma necessidade ou um passatempo?
A
escrita é para mim, uma filosofia que se tornou regular nestes últimos 2 anos e
meio. Inicialmente julguei que seria apenas um passatempo, mas com o tempo
percebi que é muito mais profunda do que poderia imaginar. A escrita revelou-se
como um quase “desaguar” de ideias, pensamentos, sentimentos que se refletem no
papel, no computador. Tem-se tornado um escape, uma necessidade de libertar
emoções, sentimentos, sensações.
Na
escrita tenho-me redescoberto como ser humano, como mulher em evolução e contínua
aprendizagem.
3
- O que é mais importante na escrita, a espontaneidade ou o cuidado
linguístico?
Neste
caso, considero estes dois parâmetros muito importantes e indissociáveis:
primeiro o exercício do pensamento espontâneo que tem que ter conteúdo, ser bem
articulado e, depois, o cuidado linguístico no bom uso da língua, da estrutura
gramatical e de todos os recursos estilísticos.
4
- Em que género literário se sente mais confortável e porquê?
Comecei
por escrever, nos meus tempos de juventude, mini contos e depois comecei por
apreciar muito poesia e partir dessa altura a escrever com maior intensidade o
género de poesia. Diria que escrever poesia, está nos meus genes, sinto,
observo e reproduzo o que guardo no pensamento, na alma. É quase um transbordar
de sensações, de dar voz ao que sinto, vejo, que nem sempre consigo verbalizar
e é nessa quase “mudez” que as palavras ganham uma grande profundidade. Sinto a
poesia como um “arrepiar” da pele que me estimula de forma muito positiva.
5
- O que pretende transmitir com o que escreve?
A
minha escrita é simples, diria intuitiva, de fácil mensagem para quem a lê e
acompanha. Eu escrevo para o mundo e não para mim. A poesia só é minha
propriedade quando defino o que vou reproduzir, depois é comunicada, divulgada
e faz parte dos leitores, seguidores, deixa de pertencer-me para ser escrita
pública. É muito gratificante saber
pelos leitores, que se identificam com o que escrevo, que as mensagens
subjacentes são concisas e diretas para eles. Sentem que a minha escrita tem
várias dimensões: a delicadeza, suavidade e, ao mesmo tempo, a intensidade de
sentimentos.
6
- Quais as suas referências literárias?
Como
referências literárias indicaria: Fernando Pessoa, toda a sua obra e imagética
poéticas que lhe são características marcantes, Sophia de Mello Breyner
Andersen pela pureza e profundidade de sentimentos e, por último Mia Couto pela
forma genial, inspiradora como escreve e sente o mundo, entre outros também
importantes.
7
- O que acredita ser essencial na divulgação de obras literárias?
Neste
contexto, penso ser importante definir uma boa estratégia, plano de divulgação
da obra do autor, alinhada com recursos digitais assertivos e também uma
assessoria, promoção literárias bem estruturada.
8
- O que ambiciona alcançar no universo da escrita?
Pretendo
sobretudo deixar um legado de conteúdo, que marque pela diferença, que seja
entendível nas mensagens e fundamentalmente uma escrita inspiradora, positiva,
renovadora para quem lê e segue.
9
- Porque participa em trabalhos colectivos?
Os
trabalhos coletivos são importantes, em certa medida, no percurso e divulgação
de autores, mas sobretudo num desafio de partilha da expressão escrita entre
todos, deixa de ser um trabalho individual para ser coletivo, de grupo. É esse
motivo que me leva a participar nestes projetos. O “palco” da escrita é de
todos, é o resultado final de um grupo e não apenas de um só autor. Participo
sempre que me seja possível e oportuno.
10
- Qual a pergunta que gostaria que lhe fizessem? E como responderia?
Até
onde gostaria de ir com a sua escrita?
Gostaria
de chegar e alcançar até onde me seja possível em termos de escrita,
desenvolver as minhas competências e progredir com a mesma humildade de sempre para
um trabalho literário, sólido, de conteúdo e honesto. A escrita deu-me luz,
deu-me a serenidade necessária para reinventar-me como pessoa e numa plena
conexão com a natureza, particularmente o mar com o qual tenho uma relação de
grande entrega e de paixão.
Gostaria de
terminar com esta citação que me diz muito: “Quando eu morrer voltarei para
buscar os instantes que não vivi junto do mar”, Sophia de Mello Breyner Andersen.
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