quinta-feira, 3 de setembro de 2020

DEZ PERGUNTAS CONEXÕES ATLÂNTICAS A... CARLOTA MARQUES CANHA


Agradecemos à autora CARLOTA MARQUES CANHA pela disponibilidade em responder ao nosso questionário

1 - Como se define enquanto pessoa?

Como pessoa, sou simples, muito objetiva e racional nos meus objetivos, nas metas que traço na minha vida. Pessoa de trato fácil, comunicadora, compreensiva e muito observadora no meio que me rodeia e pessoas.

2 - Escrever é uma necessidade ou um passatempo?

A escrita é para mim, uma filosofia que se tornou regular nestes últimos 2 anos e meio. Inicialmente julguei que seria apenas um passatempo, mas com o tempo percebi que é muito mais profunda do que poderia imaginar. A escrita revelou-se como um quase “desaguar” de ideias, pensamentos, sentimentos que se refletem no papel, no computador. Tem-se tornado um escape, uma necessidade de libertar emoções, sentimentos, sensações.
Na escrita tenho-me redescoberto como ser humano, como mulher em evolução e contínua aprendizagem.

3 - O que é mais importante na escrita, a espontaneidade ou o cuidado linguístico?

Neste caso, considero estes dois parâmetros muito importantes e indissociáveis: primeiro o exercício do pensamento espontâneo que tem que ter conteúdo, ser bem articulado e, depois, o cuidado linguístico no bom uso da língua, da estrutura gramatical e de todos os recursos estilísticos.

4 - Em que género literário se sente mais confortável e porquê?

Comecei por escrever, nos meus tempos de juventude, mini contos e depois comecei por apreciar muito poesia e partir dessa altura a escrever com maior intensidade o género de poesia. Diria que escrever poesia, está nos meus genes, sinto, observo e reproduzo o que guardo no pensamento, na alma. É quase um transbordar de sensações, de dar voz ao que sinto, vejo, que nem sempre consigo verbalizar e é nessa quase “mudez” que as palavras ganham uma grande profundidade. Sinto a poesia como um “arrepiar” da pele que me estimula de forma muito positiva.

5 - O que pretende transmitir com o que escreve?

A minha escrita é simples, diria intuitiva, de fácil mensagem para quem a lê e acompanha. Eu escrevo para o mundo e não para mim. A poesia só é minha propriedade quando defino o que vou reproduzir, depois é comunicada, divulgada e faz parte dos leitores, seguidores, deixa de pertencer-me para ser escrita pública.  É muito gratificante saber pelos leitores, que se identificam com o que escrevo, que as mensagens subjacentes são concisas e diretas para eles. Sentem que a minha escrita tem várias dimensões: a delicadeza, suavidade e, ao mesmo tempo, a intensidade de sentimentos.

6 - Quais as suas referências literárias?

Como referências literárias indicaria: Fernando Pessoa, toda a sua obra e imagética poéticas que lhe são características marcantes, Sophia de Mello Breyner Andersen pela pureza e profundidade de sentimentos e, por último Mia Couto pela forma genial, inspiradora como escreve e sente o mundo, entre outros também importantes.

7 - O que acredita ser essencial na divulgação de obras literárias?

Neste contexto, penso ser importante definir uma boa estratégia, plano de divulgação da obra do autor, alinhada com recursos digitais assertivos e também uma assessoria, promoção literárias bem estruturada.

8 - O que ambiciona alcançar no universo da escrita?

Pretendo sobretudo deixar um legado de conteúdo, que marque pela diferença, que seja entendível nas mensagens e fundamentalmente uma escrita inspiradora, positiva, renovadora para quem lê e segue.

9 - Porque participa em trabalhos colectivos?

Os trabalhos coletivos são importantes, em certa medida, no percurso e divulgação de autores, mas sobretudo num desafio de partilha da expressão escrita entre todos, deixa de ser um trabalho individual para ser coletivo, de grupo. É esse motivo que me leva a participar nestes projetos. O “palco” da escrita é de todos, é o resultado final de um grupo e não apenas de um só autor. Participo sempre que me seja possível e oportuno.

10 - Qual a pergunta que gostaria que lhe fizessem? E como responderia?

Até onde gostaria de ir com a sua escrita?
Gostaria de chegar e alcançar até onde me seja possível em termos de escrita, desenvolver as minhas competências e progredir com a mesma humildade de sempre para um trabalho literário, sólido, de conteúdo e honesto. A escrita deu-me luz, deu-me a serenidade necessária para reinventar-me como pessoa e numa plena conexão com a natureza, particularmente o mar com o qual tenho uma relação de grande entrega e de paixão.
Gostaria de terminar com esta citação que me diz muito: “Quando eu morrer voltarei para buscar os instantes que não vivi junto do mar”, Sophia de Mello Breyner Andersen.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Toca a falar disso