quarta-feira, 2 de setembro de 2020

DEZ PERGUNTAS CONEXÕES ATLÂNTICAS A... GRAZIELA BARDUCO


Agradecemos à autora GRAZIELA BARDUCO pela disponibilidade em responder ao nosso questionário

1 - Como se define enquanto pessoa?

Pergunta difícil, tendo em vista o fato de que faço análise há anos para tentar me compreender e também porque percebo que estou em constante transformação. Mas deixando as brincadeiras de lado, me considero doce e brava ao mesmo tempo, ora calma, ora nervosa (embora sempre buscando manter esta calma), e sobretudo perfeccionista, o que me acarreta uma série de problemas, porém permite-me “acertar”, se esta é a melhor palavra a ser usada aqui, em algumas ocasiões. Sou transparente, alegre e efusiva, porém guardo um mar de tristeza dentro do peito, que aos poucos vem sendo desaguado em forma de poesia.

2 - Escrever é uma necessidade ou um passatempo?

Ambos. É tão necessário que não consigo viver sem, mas ao mesmo tempo é um dos subterfúgios mais interessantes enquanto distração.

3 - O que é mais importante na escrita, a espontaneidade ou o cuidado linguístico?

Novamente ambos. A meu ver, não há uma escrita que fascine de verdade, que não contenha nela algo de genuíno, sincero, ou melhor, que carregue em si uma espécie de ”aura/alma” embutida em seu âmago, porém o cuidado linguístico é, sem sombra de dúvida, essencial e deve ser inerente a qualquer trabalho literário.

4 - Em que género literário se sente mais confortável e porquê?

Acredito que na poesia, pois através dela consigo me libertar de minhas amarras, bem como desafogar o peso da vida e as mazelas as quais estamos sujeitas em nosso caminhar.

5 - O que pretende transmitir com o que escreve?

Vida, dúvidas, amor, amores, incertezas, reflexões, enfim, tudo aquilo que me cerca, bem como o que brota genuinamente de meu peito. A escrita veio para mim principalmente enquanto válvula de escape diante das dores e pesares da vida, bem como ferramenta de reforço e lembrança das alegrias que nos visitam no decorrer do tempo.

6 - Quais as suas referências literárias?

Eu tenho uma profunda paixão pelos poetas, cantadores, romanceiros e repentistas da cultura popular brasileira. Minhas grandes fontes de inspiração são basicamente poetas nordestinos, pelos quais tenho um enorme apreço e admiração, inclusive muitos deles já falecidos como Lourival Batista, Leandro Gomes de Barros, Amélia de Freitas, Cego Aderaldo, Maria Firmina dos Reis, Pinto do Monteiro e tantos outros ainda vivos como Maria Godelivie, Marco Haurélio, Severina Branca, Jarid Arraes, entre outros poetas igualmente maravilhosos, muitos dos quais tive a sorte de conhecer, não só em obras, mas também pessoalmente.

7 - O que acredita ser essencial na divulgação de obras literárias?

Acredito que, atualmente, nossas principais ferramentas para divulgação de obras literárias estão nas mídias sociais, já que estas têm o atributo de alcançar uma infinidade de leitores, bem como através delas temos a possibilidade de nos conectar com um número imenso de pessoas.

8 - O que ambiciona alcançar no universo da escrita?

Penso que, basicamente, continuar a compartilhar meus textos, pois tenho esta necessidade de sentir-me “ouvida”, bem como de externar minha visão de mundo, já que a poesia tornou-se com o tempo, um dos meus principais canais de expressão.

9 - Porque participa em trabalhos colectivos?

É gostoso poder sentir-se parte de algo, sobretudo quando este algo lhe agrada de forma sublime. As coletâneas das quais venho participando, têm sido grandes presentes, já que sinto-me imensamente honrada em ter meus escritos ao lado de textos maravilhosos e de autores/autoras que tanto admiro.

10 - Qual a pergunta que gostaria que lhe fizessem? E como responderia?

Eu gostaria de pedir licença para falar um pouquinho de um recente projeto meu, que foi o lançamento da canção autoral “Sentido da Vida", nas plataformas digitais, em parceria com o amigo/artista João Camacho. Esta música/single nasceu enquanto poesia, escrita por mim, em janeiro do ano passado, durante o Festival de Poesias de São José do Egito/PE (Festa de Louro), e inclusive passou a compor meu primeiro livro de poesias, o "Na Rima da Menina" (Editora Versejar). Na sequência, eu a enviei para o João Camacho, que no mesmo dia me devolveu com um lindo arranjo, transformando-a em canção. A letra aborda de forma singela e poética um período delicado da minha vida e, sem dúvida funcionou, novamente, como válvula de escape de minhas angústias, de modo que eu não me deixasse abater com a sobrecarga do silêncio.

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