Agradecemos à autora GRAZIELA BARDUCO pela disponibilidade em responder ao nosso questionário
1 - Como se define enquanto pessoa?
Pergunta
difícil, tendo em vista o fato de que faço análise há anos para tentar me
compreender e também porque percebo que estou em constante transformação. Mas
deixando as brincadeiras de lado, me considero doce e brava ao mesmo tempo, ora
calma, ora nervosa (embora sempre buscando manter esta calma), e sobretudo
perfeccionista, o que me acarreta uma série de problemas, porém permite-me
“acertar”, se esta é a melhor palavra a ser usada aqui, em algumas ocasiões.
Sou transparente, alegre e efusiva, porém guardo um mar de tristeza dentro do
peito, que aos poucos vem sendo desaguado em forma de poesia.
2 - Escrever é uma
necessidade ou um passatempo?
Ambos.
É tão necessário que não consigo viver sem, mas ao mesmo tempo é um dos
subterfúgios mais interessantes enquanto distração.
3 - O que é mais
importante na escrita, a espontaneidade ou o cuidado linguístico?
Novamente
ambos. A meu ver, não há uma escrita que fascine de verdade, que não contenha
nela algo de genuíno, sincero, ou melhor, que carregue em si uma espécie de ”aura/alma”
embutida em seu âmago, porém o cuidado linguístico é, sem sombra de dúvida,
essencial e deve ser inerente a qualquer trabalho literário.
4 - Em que género
literário se sente mais confortável e porquê?
Acredito
que na poesia, pois através dela consigo me libertar de minhas amarras, bem
como desafogar o peso da vida e as mazelas as quais estamos sujeitas em nosso
caminhar.
5 - O que pretende
transmitir com o que escreve?
Vida, dúvidas, amor,
amores, incertezas, reflexões, enfim, tudo aquilo que me cerca, bem como o que
brota genuinamente de meu peito. A escrita veio para mim principalmente
enquanto válvula de escape diante das dores e pesares da vida, bem como
ferramenta de reforço e lembrança das alegrias que nos visitam no decorrer do
tempo.
6 - Quais as suas
referências literárias?
Eu tenho uma profunda
paixão pelos poetas, cantadores, romanceiros e repentistas da cultura popular
brasileira. Minhas grandes fontes de inspiração são basicamente poetas
nordestinos, pelos quais tenho um enorme apreço e admiração, inclusive muitos
deles já falecidos como Lourival Batista, Leandro Gomes de Barros, Amélia de
Freitas, Cego Aderaldo, Maria Firmina dos Reis, Pinto do Monteiro e tantos
outros ainda vivos como Maria Godelivie, Marco Haurélio, Severina Branca, Jarid
Arraes, entre outros poetas igualmente maravilhosos, muitos dos quais tive a
sorte de conhecer, não só em obras, mas também pessoalmente.
7 - O que acredita ser
essencial na divulgação de obras literárias?
Acredito
que, atualmente, nossas principais ferramentas para divulgação de obras
literárias estão nas mídias sociais, já que estas têm o atributo de alcançar
uma infinidade de leitores, bem como através delas temos a possibilidade de nos
conectar com um número imenso de pessoas.
8 - O que ambiciona
alcançar no universo da escrita?
Penso que, basicamente,
continuar a compartilhar meus textos, pois tenho esta necessidade de sentir-me
“ouvida”, bem como de externar minha visão de mundo, já que a poesia tornou-se
com o tempo, um dos meus principais canais de expressão.
9 - Porque participa em trabalhos
colectivos?
É
gostoso poder sentir-se parte de algo, sobretudo quando este algo lhe agrada de
forma sublime. As coletâneas das quais venho participando, têm sido grandes
presentes, já que sinto-me imensamente honrada em ter meus escritos ao lado de textos
maravilhosos e de autores/autoras que tanto admiro.
10 - Qual a pergunta que gostaria que
lhe fizessem? E como responderia?
Eu gostaria de pedir
licença para falar um pouquinho de um recente projeto meu, que foi o lançamento
da canção autoral “Sentido da Vida", nas plataformas digitais, em parceria
com o amigo/artista João Camacho. Esta música/single nasceu enquanto poesia,
escrita por mim, em janeiro do ano passado, durante o Festival de Poesias de
São José do Egito/PE (Festa de Louro), e inclusive passou a compor meu primeiro
livro de poesias, o "Na Rima da Menina" (Editora Versejar). Na
sequência, eu a enviei para o João Camacho, que no mesmo dia me devolveu com um
lindo arranjo, transformando-a em canção. A letra aborda de forma singela e
poética um período delicado da minha vida e, sem dúvida funcionou, novamente,
como válvula de escape de minhas angústias, de modo que eu não me deixasse
abater com a sobrecarga do silêncio.
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