Agradecemos ao autor JOSÉ ALENTADO pela disponibilidade em responder ao nosso questionário
1
- Como se define enquanto pessoa?
Sou falador, alegre, bem
disposto e com uma dose de humor acima da media, respeitador do espaço de cada
um, conciliador, sonhador a avaliação, modesto, critico, bom ouvinte e bom
conselheiro, gosto de conhecer novas pessoas, sou um observador de
comportamentos, sou um homem com sorte, com carácter, (não sei se ainda se sabe
o que é) não gosto de me avaliar porque me acho tão normal como milhões de
outros seres que andam por ai incógnitos, e felizes.
2 - Escrever é uma necessidade ou um passatempo?
É
uma extensão de mim, será ambas as coisas, escrever é o resultado de reflexões
diárias, um registo externo de algo interior, que ficaria para sempre comigo, e
que desta forma fica sujeito a outras sensibilidades, no entanto, há na escrita
uma procura de outras formas iguais de sentir, uma identificação com outros,
uma partilha que me dá prazer quando percebemos que somos um universo
partilhado.
3 - O que é mais importante na escrita, a espontaneidade
ou o cuidado linguístico?
A
resposta poderia ser aquela que mais se identifica comigo, e aí responderia que
seria o processo criativo da espontaneidade, no entanto, entendo que o cuidado
linguístico deve acompanhar o processo criativo sem o mutilar, caso contrário
teremos aí a inteligência artificial a fazer poesia ou outras formas de
escrita. Já escrevemos tão pouco que devemos ter algum cuidado quer com a
forma, quer com o conteúdo.
4 - Em que género literário se sente mais
confortável e porquê?
Neste
momento; Prosa poética e poesia. Digo neste momento, porque o processo criativo
se situa nesta área; estou tirando a água do poço e o nível continua em cima,
então porque não continuar enchendo o reservatório que ainda está quase vazio?.
No entanto sinto que existe também chamamentos para outras áreas de escrita que
ainda não fazem parte do meu dia a dia. Vamos com calma que tenho muito tempo…
ahahah.
5 - O que pretende transmitir com o que escreve?
Tento
transformar emoções em palavras, dando-lhe formas que levem as pessoas a
identificarem-se com essas emoções. Dado tratar-se de sensações e emoções,
temos níveis diferentes de sentires, dai que quanto melhor for a forma como
descrevemos esse momento, ou a reflexão, ou mesmo a dor, melhor chegaremos a
alguém que chegou perto, igual, ou parecido aquilo que sentimos; e descrever um
sentimento em palavras, é um momento sublime se lhe soubermos dar o perfume e a
cor com que se fazem poemas.
6 - Quais as suas referências literárias?
Diria
que são muitas, construíram a minha estrutura mental, fazem parte de mim, tanto
me situo na antiguidade clássica com os grandes mestres filósofos, como com os
grandes mestres da escrita de língua portuguesa e internacional. Se disser aqui
um nome ficarão tantos por dizer que não direi nenhum porque tudo tem um tempo
e neste momento será tão importante para mim um escritor contemporâneo como um
outro que deixou em mim o seu registo.
7 - O que acredita ser essencial na divulgação de
obras literárias?
Primeiro
saber onde queremos chegar e como iremos chegar. Todos sabemos que obras
literárias têm um publico muito restrito e exigente. O envolvimento de
processos fáceis e a promoção de encontros em pontos específicos em formatos
descontraídos com liberdade de criação individual sem que o processo fique
demasiado formal e “chato”. Utilizar as novas tecnologias de comunicação na
divulgação e acompanhar os objectivos que definimos.
8 - O que ambiciona alcançar no universo da escrita?
Neste momento estou a tentar perceber qual o meu
espaço, e se o que escrevo tem algum valor acrescido para os outros, dado que
para mim é puro prazer. A minha preocupação é não cair na tentação de que tenho
que escrever todos os dias, despejar palavras, publicar só para preencher um
egozinho que temos disfarçado; não isso não quero. Quero escrever sentimentos
fortes, sentidos, depois veremos o que fazer.
9
- Porque participa em trabalhos colectivos?
Ainda
estou a dar os primeiros passos; não sei muito bem porque o faço, mas gosto
desta partilha, sinto que faço parte de algo colectivo, e como eu por essência
não gosto muito de caminhar sozinho, vejo aqui alguma solidariedade e talvez
algum apoio, por outro lado estes trabalhos preenchem um pouco o tal egozinho
escondido…
10
- Qual a pergunta que gostaria que lhe fizessem? E como responderia?
Gostava que me
perguntassem se acho que alguém ficou esclarecido com as minhas respostas. Eu
responderia, que nem eu fiquei…
Sem comentários:
Enviar um comentário
Toca a falar disso