Agradecemos à autora ANIETE GOES pela disponibilidade em responder ao nosso questionário
1 - Qual a sua percepção
para essa pandemia mundial?
A consciência de que somos interligados e a essência da
humanidade está presente em cada pessoa que habita este planeta, esteja perto
ou distante.
A constatação de que a ação local interfere no movimento
global, por isso a necessidade da responsabilidade ambiental, solidariedade e
respeito pela vida em todas as suas dimensões, é imprescindível.
Estamos sendo obrigados a repensar em nossos valores e atitudes,
o que temos de pior está visível e o melhor está em ação economizando e
salvando vidas. Afinal o que fazemos com a nossa curta e passante existência? O
que somos e como lidamos com o outro, o convivente, o oponente, o diferente?
2 - Enquanto autora, esse
momento afetou o seu processo produtivo? Em tempos de quarentena, está
menos ou mais inspirada?
No meu caso já entrei nesta pandemia com uma perda
recente de um ente querido, lidar com o luto num isolamento social está sendo
um desafio emocional e espiritual. Em alguns momentos consigo estar inspirada,
em outros me sinto bloqueada, mas refletindo, lendo e exercitando a minha
resiliência.
3 - Quando isso passar,
qual a lição que ficou?
Que tudo passa e deixa marcas, provoca mudanças transformadoras,
indica que o nosso processo como humanos é coletivo, e este está ancorado no
comprometimento individual com a existência. A tão decantada empatia e
alteridade é um imperativo de sobrevivência, ou nos compreendemos no conjunto
ou seremos dizimados. Amar é uma escolha de quem está sensibilizado com a
convivência. Equilíbrio emocional, tolerância, aceitação e gentileza são
pré-requisitos para o bem-estar comum. A paz integrada a atitudes constantes de
sensibilidade social é uma necessidade vital.
4 - Os movimentos de
integração da mulher influenciam no seu cotidiano?
Com certeza, a sororidade é uma bandeira sem a qual não
existe defesa do feminino no mundo masculinizado. Participo como voluntária em
ações educativas de combate a violência doméstica, como profissional de
desenvolvimento humano faço palestras sobre autoestima da mulher, participo de
um grupo de mulheres que se orientam, se informam e se unem em defesa das
instituições no pandemônio da atual conjuntura política e social do nosso país.
5 - Como você faz para
divulgar os seus escritos ou a sua obra? Percebe retorno nas suas ações?
Sou professora, palestrante, e treinadora tenho
oportunidade de divulgar e vender meus livros com alunos, participantes de trabalhos
de capacitação, e nas mídias sociais assim como tenho participado de antologias
e concursos nacionais. A produtora cultural dos meus escritos é jornalista e
facilita a divulgação sempre que necessário.
6 - Quais os pontos positivos e
negativos do universo da escrita para a mulher?
Acredito que atualmente temos muitos movimentos
favoráveis à escrita da mulher que tem facilitado bastante a produção e divulgação
do pensamento feminino, embora estejamos ainda em grande desvantagem em relação
ao escritor masculino.
7 - O que pretende
alcançar enquanto autora? Cite um projeto à curto prazo e um a longo prazo.
A produção de dois trabalhos de escrita poética, já
concluídos, “Autoconhecimento em Poemas” e “Poesia no Cotidiano”. Um canal no
Youtube sobre o comportamento humano no trabalho e na vida, dialogar a questão
essencial da autoestima, processo relacional, autoconhecimento, relaxamento
mental e físico bem como temáticas do cotidiano feminino.
8 - Quais os temas que
gostaria que fossem discutidos nos Encontros Mulherio das Letras em
Portugal?
A busca do autoconhecimento, a poesia como resistência do
pensamento feminino.
9 - Sugira uma autora e um livro que lhe
inspira ou influencia na escrita.
“De
Coração a Coração”, Cora Coralina...
10 - Qual a pergunta que gostaria que lhe
fizessem? E como responderia?
O que significa a escrita no processo evolutivo da minha
existência como mulher?
Além de ser uma terapia, é uma forma de
fazer valer o que penso, acredito e realizo. É um ato de resistência, liberdade,
um hábito salutar de exercício mental, emocional, espiritual. Uma atividade de
desprendimento e autoconhecimento afinal “quando escrevo, eu existo”.
Uma excelente entrevista. Obrigada pela partilha!
ResponderEliminarGratidão pelo carinho!
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