REFLEXÃO SOBRE A QUARENTENA
Dias
de sol brilhante,
Dias
em que chove intensamente,
Luar
radioso ou noite escura…
Os
dias passam quase iguais,
Alguns
distraídos, outros que pensam demais,
Dias
de incerteza, de clausura.
Lá
fora o tempo não pára…
Ouve-se
alguma voz, cada vez mais rara,
Alguém
que tem que trabalhar
Para
de outros cuidar.
O
silêncio impera…
A
natureza, uma quimera,
Acabou
a pressa, tudo espera,
Pois
tudo pode esperar…
Eventos
foram cancelados,
Tantos
sonhos adiados
E
abraços que ficam por dar.
As
águas do rio ainda correm,
Os
pássaros cantam,
Os
humanos se recolhem.
Enquanto
uns dormem
Outros
dedicam-se a pensar…
Pensar
no mundo lá fora,
Cada
vez mais quieto agora
E
em liberdade, os animais.
A
terra, algumas voltas deu,
A
natureza se inverteu
E
mais uma lição nos deu:
Como
somos meros mortais!
É
tempo de introspecção,
De
olhar a alma e o coração,
Ver
cada qual como um irmão
Estabelecer
prioridades, mudar.
Não
tínhamos tempo para nada,
Vivíamos
a reclamar por nada
E
tínhamos pressa de tudo alcançar.
Agora,
acabou-se a correria,
Agradecemos
cada dia
Por
ainda cá estar…
É
tempo de reflectir
Como
somos insignificantes…
É
tempo de descobrir
Se
ainda há tempo para sentir,
Se
ainda temos a pressa de antes.
Será
que a pressa agora é de abraçar,
E
tudo o que podemos fazer, é esperar?!
Fatinha
do Barreiro
Todos os textos publicados na rubrica EM TEMPOS DE QUARENTENA são da responsabilidade exclusiva dos autores e os direitos respectivos apenas a eles pertencem.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Toca a falar disso