terça-feira, 21 de janeiro de 2020

DA CANCELA À FONTE LAMEIRA (excerto) - ERNESTO FERREIRA

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Aí está o Monte do Castelo cuja conicidade nos leva a ilusões de óptica, parecendo que tudo gira à sua volta. O Monte do Castelo seria assim como o centro do espaço e bem merecia, pois à medida que o visitamos mais nos surpreende. São as fontes de água pura, são os penedos de grande dimensão e não menor variedade e forma, são as pedras com laivos de opalas e quartzo puro, são os arbustos de espécies várias, são ainda os vestígios de civilizações antigas (árabes, romanas e até celtas) e acima de tudo a panorâmica que se avista da Ribeira Lima. “e este sitio se olham vestígios de trincheiras, e estradas encobertas tradição que fora tudo fabricado pelos mouros, tem o castelo chamado da Formiga, que o cerca em ponta aguda sitio deleitável à vista, e é tradição que neste monte residiram muito os mouros, onde se tem achado vestígios da sua habitação, por aparecerem tijolos, e ferros velhos” (in descrições paroquiais de 1758).
Chegado ao Cume a vista era ainda mais deslumbrante e Miguel imaginou que muitas teriam sido as disputas por este paraíso e imaginou que teria sido o bom senso que levou as duas freguesias a considerar que o cume era a marca divisória.
Miguel pensou então: pois se considerar este ponto como mieiro, certamente que a linha continuará até ao alto da montanha.
E mais entusiasmado ficou quando avistou uma capela (a Capela de Santa Justa) e não distante os restos de outra capela (Capela de Santa Rufina) que eram, cada uma, propriedade de cada freguesia.
Miguel logo se apercebeu que teria de subir ao Alto da Serra D’Agra para continuar o seu desiderato. Mas a subida parecia dura e como se aproximava a penumbra, decidiu-se por fazê-lo no dia seguinte.

EM - MIGUEL, NO EXTREMO DA ESTREMA - ERNESTO FERREIRA - IN-FINITA

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