quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

BOTA ABAIXO REINALDO (excerto) - ERNESTO FERREIRA

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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A história que vou narrar, meu caro Miguel, foi protagonizada pelo Ti Reinaldo e tão próxima de mim que não resisto a pedir-lhe que me deixe descrever a situação, e locais em que tudo se passou.
Nela, é forte participante a GNR.
Na aldeia há uma capela de que já te dei notícia, dedicada a Santo Amaro, santo protector das fracturas ósseas, onde acorrem durante o ano muitos devotos em acção de graças por intervenção milagrosa havida.
À volta da capela há um adro, espaço que se avaliava baldio, com uma área de cerca de 1000 metros quadrados. Esse espaço era muito utilizado pelas mulheres vizinhas, para conversar, mas sobretudo para entoarem muitas canções populares. Este local também era preferido para os namorados e para fazer bailes ao ar livre.
Segundo anciãos que conheci, postulavam que o espaço baldio era maior que o existente. O que é facto é que um dia o putativo proprietário colocou marcos distantes, cerca de dois metros, das paredes da capela, reduzindo o baldio, para uma centena de metros quadrados. Não afirmo que a pessoa em causa não fosse de facto dono do terreno. Nessa data as propriedades não eram registadas, pois nem havia Conservatória Predial.
O caso não foi do agrado de Povo, especialmente dos moradores mais próximos, como era o caso do Ti Reinaldo.
Cabe aqui dizer que o Ti Reinaldo tinha vasto apetite por uns “verdinhos” e nunca rejeitava um “calinhos” (cálice pequeno) de bagaço. Em alguns dias repetia a dose vezes de mais, o que o tornava mais efusivo.

EM - MIGUEL, NO EXTREMO DA ESTREMA - ERNESTO FERREIRA - IN-FINITA

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