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Se há coisa Miguel, que dá prestígio na região, e em Asturães também, é ser bom cantador ao desafio, referiu Poesia. “Cantigas ao desafio” é uma forma de duas pessoas se enfrentarem oralmente, cantando, em que cada um procura colocar o adversário em “menor condição”. Isto traduz-se em cada um tentar ridicularizar ou diminuir o adversário ou auto valorizar-se comparando as virtudes de cada um, e de todo o género. A avaliação do valimento de cada um é feita pelo numeroso público que rodeia os cantores.
Isto quando o espectáculo tem lugar em festas e romarias. Hoje é vulgar encontrar mulheres a cantar ao desafio; outrora era muito mais raro e para ouvir uma cantadeira ao desafio só em simultâneo com um baile.
Há uma dança e música minhotas que se chamam “O Fado” que propicia estes debates cantados, já que sendo a melodia suave permite que se entenda perfeitamente o palavreado, ou seja, os “argumentos” de cada um.
O cantar ao desafio não é para qualquer um, pois para o ser, “com preceito”, três aspectos são obrigatórios.
O primeiro é que as quadras ou sextilhas tenham rima e o cantor tenha que ser repentista; em segundo lugar o último verso de cada cantador obriga à mesma sonoridade do primeiro verso do outro cantador; em terceiro lugar (este mais raro) a força da afirmação depende de correspondente parábola justificativa tida no Evangelho, ou de ensinamentos do Novo ou Velho Testamento.
O que implica bom conhecimento dessas obras e interpretá-las conforme melhor lhe convém.
Resta acrescentar que o palavreado picante é muito apreciado.
Infelizmente hoje é recorrente e impróprio o uso de termos que nem abrilhantam o canto nem tem qualquer valor poético.
EM - MIGUEL, NO EXTREMO DA ESTREMA - ERNESTO FERREIRA - IN-FINITA
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