sexta-feira, 11 de outubro de 2019

ASTURÃES - ERNESTO FERREIRA

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Poesia, que entretanto chegou, começa a descrever o meio que caracteriza a aldeia dizendo:
Miguel, para descrever paisagística, geográfica e morfologicamente Asturães, tenho duas dificuldades: seria necessário inventar novos adjectivos e analisar cada metro quadrado.
A visão global da aldeia é fascinante: Num arco de 270 º, a aldeia é limitada pela linha de cumeada de formações montanhosas, com mais ou menos formações rochosas. Este arco começa sensivelmente no sulsudoeste e termina no sulsudeste. Os restantes 90º são um vale verdejante por onde se espraia um Rio, que será figura nuclear das nossas estórias. Neste macro espaço, Asturães
define-se mais nas vertentes sul, oeste e norte. As montanhas circundantes elevam-se a pequena altitude ficando-se, no máximo, nos 800 metros. Os seus nomes são Serra de Agra, Antesdelas e
Formigueiro. Destas só a primeira é parte de Asturães. Uma formação muito especial surge a sulsudoeste denominada O Castelo, com o seu irmão mais jovem, o Castelo Pequeno. É o nosso Kilimanjaro... sem neve!
Este monte será o berço de estórias, entre as quais, sobre mouras encantadas, hoje esquecidas.
As encostas da montanha para o vale são várias telas magníficas pela sua tonalidade e cores, ou melhor dizendo, são vários quadros pintados a cores diferentes, consoante a época de ano. Nestes
quadros sempre, ou quase sempre, aparece o elemento água, quais são as ribeiras apressadas que descem da montanha, em tons e sons impossíveis de definir com um mínimo de similitude. Milhões
de insectos, nos quais se contam milhares e milhares de abelhas, adquirem aí o seu sustento e são agentes da polinização indispensável.
A primeira imagem que se recebe nesta aldeia é a de um rio de águas tão brilhantes e límpidas que nos conduzem a uma explicação do manto que encobre Asturães. Só água tão pura poderia
formar o manto protector, que por sua vez se eleva e volta a cair originando fantásticas quedas de água que sobressaem no inclinado das montanhas limítrofes da aldeia.
O rio afirma-se como o núcleo desta aldeia. Vindo das montanhas, que mais adiante descreverei, serpenteia em vale não muito largo. No início é rápido, como quem tem pressa em chegar ao
seu encontro com as pessoas. Mas, como qualquer ser paisagista, deixa, neste seu troço, diversos pequenos lagos onde jovens trutas fazem os seus movimentos para, num rápido salto, sair da água e captar insectos que sobrevoam o pequeno lago.
Ao longo do rio, desde a sua última junção de ribeiras, as ribeiras do Formigueiro e a ribeira do Riobom, até entrar na zona húmida, as suas margens são planícies que, conforme a época do
ano, têm os seus matizes, todos de enorme beleza e fonte da riqueza da aldeia. Espero que desta descrição tires todo o proveito, termina Poesia.

EM - MIGUEL, NO EXTREMO DA ESTREMA - ERNESTO FERREIRA - IN-FINITA

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