sábado, 20 de abril de 2019

OITAVA DEMÊNCIA (excerto) - JOÃO DORDIO

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
Saibam do autor neste link
Conheçam a In-Finita neste link

Os poetas nascem e morrem sem aprenderem a dizer adeus...
porque é sempre um até já. E isso já eu próprio deveria saber mesmo
sem ter conseguido alguma vez perceber... que é sempre um até já
para antes, para agora e para depois! Já deveria saber mesmo sem
aprender por outras vidas que é sempre um até já... e é e será sempre e
sempre assim foi... pois haverá sempre uma nova vida, reencarnação,
momento, recordação... onde tudo irá recomeçar sem memórias, sem
dor, mas com mais aprendizagens...
Não se dirá nunca adeus quando uma alma parte da vida de um
poeta porque, se de nós parte outra alma, sem uma asa pássaro
algum poderá voar...
É por isso que os poetas não dizem adeus. Nunca aprenderam
nem nunca aprenderão! Porque mesmo voando por dentro, também
eles caem sem essa outra asa.
No dia em que me devolver por momentos à normalmente, vou
comprar asas suplentes e manuais de adeus! Para acabar de vez com
isto tudo! Duvido que sirvam para alguma coisa, mas nem a eles
conseguirei também dizer adeus...
Porque levo tempo a morrer...

EM - A PAIXÃO - ESCRITOS E DEMÊNCIAS - JOÃO DORDIO - IN-FINITA

Sem comentários:

Enviar um comentário

Toca a falar disso