Agradecemos à autora ANIETE GÓES a disponibilidade em responder ao nosso questionário
1
- Como você vê o papel da mulher na literatura atual?
Com otimismo, estamos
vivendo momentos especiais no que se refere à escrita feminina, acredito que em
função do despertar da mulher para empoderamento de sua existência na expressão
de suas lutas, dores, direitos e liberdade de ser o feminino saber. Temos muito
que conquistar no universo literário, o mercado editorial ainda é estreito e
funciona através das pequenas editoras e da coragem e condições financeiras da
autora produzir a própria obra.
2 - Em que medida o universo feminino
influencia na hora de escrever?
O meu olhar é afetivo,
escrevo o que percebo, sinto, mergulho e transbordo na minha essência feminina,
as faces das mulheres que se eternizam em mim. As palavras me libertam e me
ajudam a traduzir sentimentos, emoções, aprendizados que emergem da minha alma
literária.
A princípio utilizei a
escrita como prática terapêutica de autoconhecimento que foi se transformando
em textos, mensagens, poemas e pensamentos filosóficos.
Como facilitadora do
desenvolvimento humano sempre utilizo meus escritos para enriquecer aulas,
treinamentos e incentivar não só a criatividade das pessoas como também o
exercício da leitura.
3
- Em que corrente literária acha que a sua escrita se enquadra?
Não consigo me
conceituar em termos literários sei que amo construir poemas, textos com
fundamentos filosóficos, psicológicos, influência da minha formação como
profissional de comportamento humano, educadora, e espiritualista existencial.
4
– Que importância dá aos movimentos de integração da mulher?
Criando uma cultura de
sororidade, estamos neste processo, ainda a passos lentos, mas, já com boas
iniciativas de engajamento. Na atualidade os chamados coletivos femininos têm
apelos cada vez mais fortes, a mulher busca se ancorar no poder da união, na
prática mais efetiva do comportamento empático. Estamos quebrando o velho
paradigma de que “mulher não é solidária com outra mulher”. Há duras penas
vencendo os preconceitos, a nossa voz já se faz ouvir embora com um tom ainda
baixo, fizemos leis, não podemos negar os avanços, no entanto, ainda temos
muito que lutar e evoluir para ocupar integralmente nosso espaço no mundo.
5
– O que acredita ser essencial para divulgar a literatura?
As pesquisas apontam
que as pessoas leem pouco no Brasil, é preciso muito incentivo, inclusive que
já se faz, como as feiras internacionais e eventos literários diversos, luaus
de poesia, compartilhamento de livros em condomínios, nas redes sociais. Em
sala de aula, treinamento, workshop, palestras, procuro induzir meus alunos a
lerem e discutirem alguma obra literária ancorada na temática do curso. Sou uma
divulgadora de leituras e contadora de histórias, fico encantada como adoram
ouvir poesia, e muitas vezes descobrem a veia literária. Vendo meus livros
nestes encontros.
6
– Quais os pontos negativos e positivos do universo da escrita?
A escrita é intensamente
positiva em inúmeros aspectos, prazerosa a depender do foco interno da autora
de se entregar ao fluxo criativo, relaxante e companheira, escrever é um
exercício de paciência, uma atitude de existir, de se expor a vida. Negativa ao
criar expectativas ilusórias de ter muitos leitores de imediato, criar
ansiedades de perfeição literária, fazer comparações com as autoras
consagradas.
7
– O que pretende alcançar enquanto autora?
Necessariamente ter
leitores, e que a minha escrita proporcione reflexões, sensibilize e provoque
aprendizados importantes para a vida das pessoas.
8
– Cite um projeto em curto prazo e um em longo prazo.
Em curto prazo,
publicar a segunda edição do livro “A Sabedoria de Ser Gente”, um olhar sobre o
universo do ser humano, e a publicação de ASA “Amor Somente Amar”, ainda sem
editora, com reflexões sobre as diversas formas de amar, o amor como fonte de
inspiração para composição do poema da existência, longo prazo produzir um
canal no Youtube onde pretendo fazer a leitura dos meus livros.
9
– Sugira uma autora e um livro contemporâneo.
Lia Lufty - “Múltipla
Escolha” Editora Record, Clarisse Lispector “A Hora da Estrela”, Editora
Rocco. As duas autoras me instigam a mergulhar na complexidade da existência,
do comportamento e sentimentos humanos.
10
– Qual a pergunta que gostaria que lhe fizessem? E como responderia?
Acredito que perguntas
devem ser bem acolhidas e sinceramente respondidas. Dialogar contextos,
inspirações, conhecimentos sempre enriquece e amplia percepções.
Sobre
a autora:
Aniete
Goes de Salvador/Bahia escritora do livro “A Sabedoria de Ser Gente”, publicado
pela Editora, Caminhos - 2016.
Participação
na Antologia Poética Senhoras Obscenas, Editora Benfazeja – 2016
Participação
Antologia Poética “Damas Entre Verdes”, Editora Senhoras Obscenas – 2018
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