Agradecemos à autora VIEIRINHA VIEIRA a disponibilidade em responder ao nosso questionário
1 – Como você vê o papel da mulher na
literatura atual?
O papel da mulher na literatura atual é
visto por mim exactamente como vejo o meu papel como mulher na sociedade, tenho
responsabilidades, obrigações e direitos. Sou um ser humano! Como muitas outras
mulheres e devido aos valores que defendo não é propriamente fácil viver numa
sociedade onde o salve-se quem puder, loucura total. A minha exposição publica
obriga-me a ter mais obrigações que direitos, a ser mais responsável e
inteligente e gosto desse desafio, propus-me a ele nos últimos anos.
Uma sociedade onde se fala e escreve mas
pouco se lê ou pratica. Acima de tudo sou analista das palavras e gestos
2 – Em que medida o universo feminino
influencia na hora de escrever?
Acredito que essa condição modifique
muitas variáveis mas quando escrevo grande parte das vezes estou aleatória a
esse conceito. Ao escrever faço para ser o mais racional possível.
3 – Em que corrente literária acha que a
sua escrita se enquadra?
Eu sou controversa, tenho consciência
disso mas não procuro respostas fora de mim, talvez eu já nem procure dentro do
meu próprio universo. A escrita me preenche isso basta-me. Faço por amor e pelo
desafio a mim mesma, não sou académica, no entanto procuro alguma formação
paralela para sentir aconchego.
4 - Que importância dá aos movimentos de
integração da mulher?
Na minha geração já não consigo ver a
mulher de outra forma muito embora tenhamos noção que esta luta terá de
perdurar por gerações, através da educação dada pelas mesmas, e ai temos uma
difusão de parâmetros educacionais a revogar.
5 – O que acredita ser essencial para
divulgar a literatura?
O essencial para divulgar a literatura é
a união das diversas artes em prol da arte. Tudo origina no pensamento e o que
é a literatura se não diversas formas de expressar ideais e ideias.
Os artistas tem de respeitar mais a
própria arte em si e ver a concorrência como auto ajuda para explorar potencial
e não como melhor ou pior.
Sugiro uma arte aberta, com leques a
refrescar, que permitam pensar, que façam o observador ou leitor neste caso
reflectir e desejar atingir o pensamento em linha... Mas não prejudicar os
outros no seu trabalho, já é uma ajuda.
6 - Quais os pontos positivos e
negativos do universo da escrita?
Quanto a mim os pontos positivos é a
evolução a qual me permito, a própria transcendência do meu eu. Os menos
positivos chamaria assim é a falta de interpretação do público, o remexer com
sentimentos que muitas vezes afecta os que vivem ao nosso redor e cria fricções
menos nutritivas e muito embora estas também nos ajude a crescer nem sempre
estamos preparados de imediato para digerir.
7 – O que pretende alcançar enquanto
autora?
O que pretendo alcançar, já dizia o
grande mestre Fernando Pessoa "Tenho em mim todos os sonhos do
mundo", limito aproveitar as oportunidades que me chegam e viajar nelas da
melhor forma com o conhecimento que tenho.
Tenho projectos que um dia pensei que me
levariam longe e nunca fui a lado nenhum e outros que chegaram de lado nenhum e
me fizeram ir muito longe.
8 – Cite um projeto a curto prazo e um a
longo prazo.
O meu projecto a curto prazo é o curso
de Teatro musical na Academia Broadway com Martin Callaghan com apresentação de
final de curso dia 31 de Março, o projecto a longo prazo é a Associação Musical
de Divulgação poética - D`ALMA Inspiradora Onde aceitei o convite como membro
da direcção. Pelo meio dois livros em modelagem
9 - Sugira uma autora e um livro
(contemporâneos).
Colecção crateras, onde está a
autora Alice Vieira.
10 - Qual a pergunta que gostaria que
lhe fizessem? E como responderia?
Com humor :) Qual o ultimo prémio que
recebeste? Resposta: O prémio nobel de literatura.
Biografia:
Nasceu V.N. de
Gaia, Portugal. Usa os heterónimos Lo Escrita e Maria de Mais mas o seu nome
mais conhecido é o pseudónimo de Vieirinha Vieira.
É autora de dois
livros e colaborou em revistas, rádios, antologias e E-books online, tem
registo de mais de 25 participações em livros colectivos e esteve nas feiras do
livro de Braga e Lisboa. É mentora de um projecto de leitura, frequentou cursos
de teatro (da FLUP e do Palácio do Bolhão). Integra o Teatro Experimental do
Orfeão da Feira.
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