sábado, 6 de outubro de 2018

DEZ PERGUNTAS A... ADEMILTON BATISTA


Agradecemos ao autor ADEMILTON BATISTA a disponibilidade em responder ao nosso questionário

1 - Como se define enquanto autor e pessoa?

Como autor, externalizo os meus sentimentos e aspirações sobre a minha realidade e os acontecimentos que rodeiam o meu campo de observação dentro das minhas obras. Como pessoa, cumpro o meu papel como parte de um grupo familiar e social, procurando sempre manter bons relacionamentos e construir dentro das possibilidades ações positivas, civil e artisticamente.

2 - Quais as influências do Nordeste na sua escrita?

Como baiano e soteropolitano, sinto-me filho da terra que nasci e habito. Um grande arco familiar abrange o Nordeste, já que meus pais e avós nasceram e viveram boa parte de suas vidas no estado de Sergipe, migrando para Salvador algum tempo depois, promovendo essa “miscelânea” étnica entre parentes, que culminaram na pluralidade cultural que tenho hoje.
Escrevo o que sinto e o que vivo, sendo toda essa bagagem parte essencial da minha inspiração como artista e profissional. As minhas origens genéticas e culturais estão presentes de forma constante em meu trabalho.

3 - O que lhe motiva a escrever? E por que a poesia?

Ao descobrir o sentimento do amor em minha vida, senti a necessidade de transformação interior. Com isso, tive a oportunidade de preencher o vazio existencial que por diversos motivos, em mim existia.
Após essa fase, entendi que esse sentimento não poderia ficar contido apenas para um benefício pessoal, mas merecia ser compartilhado de forma plural, com outras pessoas ao meu redor, abrangendo o meio em que eu tinha contato.
A poesia se tornou um veículo acessível para transferir esse objetivo para um público maior. Com uma linguagem popular e de fácil interpretação, me realizei neste formato literário para me comunicar com os meus leitores.

4 - Que barreiras existem no seu percurso como autor?

Poderia citar diversas barreiras, tanto físicas quanto psicológicas que me cercaram e talvez me atrasaram no meu percurso como autor, porém em minha opinião, a maior delas e mais destrutiva acaba por ser a mental, que possui a capacidade de bloqueio gigantesca dentro de um universo criativo. Vencendo esta, as outras serão conquistadas por consequência.

5 - Que impacto têm as redes sociais no seu percurso?

As redes socais foram grandes aliadas durante o início da minha carreira e confesso que ainda são. Muitos subestimam e criticam o poder da internet e seus impactos negativos na sociedade moderna, mas acho que tudo depende de como se usa e de que forma direcionamos este poder.
No meu caso, redes como Facebook e Instagram tiveram um grande papel na divulgação e popularização dos meus trabalhos como escritor. Diria que elas tem um impacto bem positivo e importante no meu percurso.

6 - Quais os pontos positivos e negativos do universo da escrita?

Acredito que dentro do universo artístico, qualquer forma de restrição ou obstrução que impeça o acesso do público para com a obra do artista é encarado como um ponto negativo. Infelizmente vivemos uma época em que as tecnologias de informação e mercado não chegam para todos, como também a educação e conhecimento necessários para interpretá-las. Isso prejudica a difusão da arte no meio social.
A literatura faz parte da nossa história há séculos, é uma forma de comunicação essencial e muito bem-vinda. A escrita nos proporciona senso crítico, conhecimento e viagens incríveis através da imaginação, além de entreter nosso cotidiano e nos fazer amar. Acho que esses fatores já a tornam bastante positiva.

7 - O que acredita ser essencial na divulgação de um autor?

Acredito que é essencial sempre manter a essência, em qualquer forma ou veículo de divulgação. A genuinidade de um autor é a sua alma. Sem ela, corre-se o risco de perder sua originalidade e personalidade dentro de um mercado tão grande e concorrido quanto o da literatura.

8 - O que tem feito, enquanto autor, para o enriquecimento da literatura nordestina?

Recentemente criei junto ao meu filho um programa de rádio chamado “Café com Poesia e Cinema”. Dentro deste, recitamos poesias de minha autoria e citamos autores regionais sempre que possível, além de inserirmos também uma arte que tanto amamos, o cinema.
Estivemos muito empenhados em levar o acervo literário disponível em nossas mãos para o público que a rádio alcança e fazemos por amor, objetivando a pluralidade literária, tanto nordestina quanto global. Acredito que estes esforços têm enriquecido muito a nossa terra e quem nos ouve.

9 - Sugira um autor e um livro do Nordeste!

Ariano Suassuna é uma grande inspiração e o admiro muito como autor e pessoa. Poderia indicar várias obras, mas deixo o “Alto da Compadecida” como sugestão de leitura.

10 - Qual a pergunta que gostaria que lhe fizessem? E como responderia?

Talvez a pergunta que mais gosto que façam a mim, seria a do porquê deixei o ofício administrativo e um estilo de vida completamente diferente do que vivo hoje para um mundo novo e distinto, como o da literatura.
Respondo sempre com uma outra indagação: “Porque não lutarmos por nossos sonhos enquanto ainda podemos?”

Acompanhe este e outros autores nordestinos neste link

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