Agradecemos à autora SANDRA RAMOS a disponibilidade em responder ao nosso questionário
1 - Como se define enquanto autora e
pessoa?
Considero-me uma pessoa activa e com
interesses vários, pelo que múltiplas vezes dou por mim a tentar fazer tudo e
ir a todas, como se costuma dizer. Vivo na ânsia de me realizar a vários
níveis, o que faz da organização o meu fio de prumo. Como autor, gosto de
partilhar perspectivas de factos comuns da vida, mas sob um prisma mais intimista,
num registo pessoal, habitualmente minimalista.
2 - O que escreve é inspiração ou
transpiração?
Sendo ainda muito recente a minha
iniciação nesta arte das letras, para já, confesso, que é ainda muito de
inspiração. Foram anos a pensar que só agora passaram a papel, há muito
trabalho de casa feito. Acredito, contudo, que com o tempo, a transpiração
venha a ganhar a corrida.
3 - O que pretende transmitir com a
sua escrita?
Escrever é para mim um prazer, desde
sempre, mesmo do tempo em que as composições escolares eram um tédio para os
meus colegas, mas para mim já era a possibilidade de ser criativa. Gosto de
partilhar perspetivas e opiniões, e perceber que há pessoas que se
identificam com esse raciocínio.
4 - Por que escreve poesia?
A poesia é ainda a excepção na minha
escrita. Habitualmente escrevo prosa, é o registo onde me sinto mais
confortável. Nesta minha recente aventura pelo mundo das letras, tenho
verificado que existe poesia contemporânea tão boa, que tenho um certo pudor em
escreve-la, por achar que estou muito aquém daquilo que vejo por aí. Tenho, no
entanto, consciência que é um assunto em desenvolvimento.
5 - O que costuma fazer para promover
a sua escrita?
Coordeno um blogue (https://escrevinharsandraramos.wordpress.com/) e uma página de
Facebook: https://www.facebook.com/SR.Escrevinhar/ desde
Dezembro 2017.
Participei num concurso de novos
autores da Editora Cordel d’Prata, onde recebi o prémio de Menção Honrosa (“Somos mais do que Histórias”), e participei também num Concurso de Speed
Writing , o primeiro em Portugal, de onde resultou o livro “ Minutos de
Historias”, que inclui 3 histórias que escrevi conjuntamente com outros
autores.
Participei também em Coletâneas (5
Sentidos II, Sinfonia do Amor) e agora na Conexão Atlântica.
Sou cronista residente duma revista
online - Bird Magazine - onde escrevo quinzenalmente.
6 - Que impacto têm as redes sociais
no seu percurso?
Têm servido como rede de difusão. Até
há pouco tempo usava apenas a minha página de Facebook para partilha, o que
condicionava o acesso a amigos ou familiares. Com a criação da página e
do blogue, alarguei o número de seguidores, e os contactos têm crescido
exponencialmente. É muito interessante recebermos retorno dos leitores, alguns
dos quais me contactam por mensagem, mostrando-se sensibilizados com algum
texto em particular, como aconteceu com dois ex- sem abrigo, e também com uma
enfermeira.
7 - O que acredita ser essencial na
divulgação de um autor?
É necessário conhecer o seu público,
e ser direcionado nesse sentido. Importa saber avaliar o género em que se
insere, ou a capacidade do autor em se alargar a vários géneros. Isso é o passo
essencial. Depois é necessário promover os contactos, difundir eventos e
circular no meio. O conhecimento pessoal é também importante para conhecer as
especificidades e agir em conformidade.
8 - O que ambiciona como autora?
Escrever faz parte de mim, é um
prazer indispensável ao meu bem estar. Para além da possibilidade de expressão,
é o retorno dos leitores que me alimenta. Para já, sendo tudo tão recente,
espero aumentar o meu público e divulgar os meus trabalhos. E aprender,
aprumar-me, evoluir, tornar-me flexível nos géneros e iniciar-me em registos
que ainda não arrisquei.
9 - Livro físico ou e-book? Porquê?
Livro físico. Não há como o contacto
com o papel, o cheiro, a letra. É como comparar uma conversa online com uma
conversa de café, com o olhar do amigo, o jeito do amigo. Talvez seja uma
preferência romanceada, mas soa-me a maior presença. Ironicamente, escrevo
sempre em computador, porque me corrijo frequentemente, e a minha letra deixa
muito a desejar, nem eu me entendo…
10 - Qual a pergunta que gostaria que
lhe fizessem? E como responderia?
Faria sentido perguntarem-me porquê
só agora, aos 42 anos, tornar públicos os meus textos.
Porque andei distraída, ou
concentrada em fundamentar uma vida profissional e pessoal, deixando os meus
interesses pessoais para depois. Tive a sorte de ter uma amiga de infância que
me chamou a atenção para o facto, e me instigou a fazer qualquer coisa por mim.
Foi o pontapé de saída para o Concurso de Novos Autores, e a partir daí, meus
amigos, escreverei até que a mão me doa.
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