Chamava-se
Maria, mas não gostava que a chamassem de Maria.
Naquela época,
eram tratadas por Maria, mesmo que o seu verdadeiro nome, não fosse Maria, as
sopeiras, as criadas de servir, as chamadas, hoje, de empregadas domésticas.
Quem a tratava
de Maria sabia bem porque o fazia. Era uma forma desprestigiante de a
menosprezar. E a Maria que era menina, sentia-o. Sentia-se.
Era uma menina
introvertida, envergonhada e triste.
A menina, a
Maria, foi crescendo sempre com a sua autoestima muito em baixo, sentindo-se
sempre inferior a quem a rodeava. Desde muito menina que lhe foi incutida essa
inferioridade.
E a menina
cresceu mais e aos poucos foi-se libertando desse sentimento. Custou.
Custou-lhe muito mas conseguiu.
A Maria menina-mulher
ultrapassou todos os seus receios, tornou-se confiante em si mesma, e hoje a
Maria, chama-se MARIA.
MARIA ANTONIETA OLIVEIRA
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