A propósito de um texto
que li, um destes dias no Facebook, em que a pessoa queixava-se dos
organizadores/promotores de antologias por estes aceitarem tudo, sem
restrições, apenas e só com o cifrão em vista, entre alguns comentários com
assertividade e coerência, lá estavam as habituais sentenças cagadas por parte
de gente que nem dá conta que há quem saiba dos seus telhados de vidro.
Tal como muitos
comentaram, no tal texto, concordo que são demasiado óbvias as discrepâncias
qualitativas dos textos incluídos numa mesma obra colectiva. Também não nego
que a abundância de erros encontrados é um problema a combater. E há muitos
outros pontos de vista que são iguais ao que penso.
Concordo que existem
muitas situações que, caso houvesse um pouco mais de cuidado e brio, as obras
colectivas poderiam sair beneficiadas mas não é menos verdade que o mal é
sempre dos outros e ninguém aceita de bom grado ser o elo fraco nesta matéria.
Embora não estranhe,
acho piada ver comentários do género: “Eles só olham para o dinheiro”,
“Enriquecem à conta dos papalvos”, “Aceitam tudo”, “Assim se vive à conta da
cultura literária”, e a minha preferida: “É por isso que vou deixar de entrar
em antologias”.
E acho mais piada ainda
quando esse tipo de comentários é feito por alguém que, mais ou menos, um mês
antes, viu dois textos seus serem recusados, por mim, para integrarem o
Conexões Atlânticas II.
Acho piada porque
contestam a torto e a direito, tudo e todos, e na hora que as coisas são feitas
de acordo com aquilo que tanto exigem passam a reclamar os critérios usados na
recusa que os atinge.
Acho piada ver autores
reagirem (por escrito) de forma quase violenta quando alguém põe em cheque as
suas criações e recusa incluí-las num trabalho colectivo. Veem essa atitude
como afronta, desrespeito e dizem sentir-se traídos por alguém que consideravam
amigo. E depois é vê-los a tentar denegrir a iniciativa, a honestidade dos
promotores e a qualidade daqueles que foram aceites. E acho piada por vê-los, à
posteriori, cagar postas de pescada a favor de um maior critério e blá blá blá, é só fachada.
Felizmente existem
outros que entendem critérios e aceitam recusas com a mesma naturalidade com
que nos pedem opiniões sobre o que escrevem. A esses dou todo o crédito na hora
de reclamarem, seja do que for.
MANU DIXIT
Não estou a par desta contenda, mas Manu tem toda a razão na apreciação que faz relativa ao comportamento de certos autores críticos . A sua frontalidade ganha o meu respeito.
ResponderEliminarTal como em outros aspectos das sociedades modernas, também o universo da escrita é manchado pela inversão de valores, atitudes e vaidades. Continuarei a apontar o dedo.
EliminarGrato pela visita comentada...
EXCELENTE!!!!
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